Pfizer anuncia que pílula teve 89% de eficácia contra covid-19

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São Paulo – A Pfizer anunciou que a análise final de sua pílula antiviral contra covid-19 mostrou 89% de eficácia na prevenção de hospitalizações e mortes em pacientes de alto risco. Além disso, a farmacêutica disse que dados laboratoriais recentes sugerem que a droga, chamada de Paxlovid, mantém sua eficácia contra a nova variante Ômicron.

De acordo com a empresa, os resultados do estudo com 2.246 confirmaram a “análise provisória anunciada em novembro de 2021, mostrando que o Paxlovid reduziu significativamente o risco de hospitalização ou morte por qualquer causa em 89% em comparação com o placebo em pacientes adultos de alto risco não hospitalizados com covid-19 tratados em três dias de início dos sintomas”.

Ninguém no estudo que recebeu o tratamento Pfizer morreu, em comparação com 12 mortes entre os que receberam placebo.

Os comprimidos da Pfizer são tomados com o antiviral ritonavir a cada 12 horas por cinco dias, começando logo após o início dos sintomas.

A Pfizer também divulgou dados iniciais de um segundo ensaio clínico mostrando que o tratamento reduziu as hospitalizações em cerca de 70% em cerca de 600 adultos de risco padrão.

“Esta notícia fornece mais corroboração de que nosso candidato a antiviral oral, se autorizado ou aprovado, pode ter um impacto significativo na vida de muitos”, disse Albert Bourla, presidente do conselho e diretor executivo da Pfizer.

“Variantes emergentes de preocupação, como o Ômicron, exacerbaram a necessidade de opções de tratamento acessíveis para aqueles que contraem o vírus, e estamos confiantes de que, se autorizado ou aprovado, este potencial tratamento pode ser uma ferramenta crítica para ajudar a conter a pandemia”, compleotu.

A empresa espera autorização para uso em indivíduos de alto risco da Food and Drug Administration dos Estados Unidos (FDA, correspondente à Anvisa no Brasil) e de outras agências regulatórias em breve. Atualmente, não há tratamentos antivirais orais para a covid-19 autorizados em território norte-americano.

A rival Merck pediu autorização para o uso emergencial de sua pílula antiviral molnupiravir. Mas essa droga apenas reduziu as hospitalizações e mortes em seu ensaio clínico de pacientes de alto risco em cerca de 30%.

Alguns cientistas também levantaram questões de segurança sobre o potencial de defeitos congênitos do medicamento da Merck, bem como preocupações de que ele poderia causar a mutação do vírus.

O medicamento da Pfizer funciona de maneira diferente. Faz parte de uma classe de medicamentos chamados inibidores da protease, usados ​​atualmente para tratar HIV, hepatite C e outros vírus.

A Pfizer disse que testes de laboratório recentes mostraram que “consistente atividade antiviral in vitro contra as variantes previamente identificadas de preocupações (isto é, alfa, beta, delta, gama, lambda e mu). Além disso, o nirmatrelvir inibiu potentemente a protease 3CL associada ao Ômicron em um ensaio bioquímico in vitro. Isso indica o potencial do nirmatrelvir para manter uma atividade antiviral robusta contra o Ômicron”.

A empresa disse que pode ter 180 mil cartelas de tratamento prontas para serem enviados este ano e planeja produzir pelo menos 80 milhões a mais em 2022.

O governo dos Estados Unidos já garantiu 10 milhões de cartelas do medicamento Pfizer por US$ 5,29 bilhões.