Licenciamento de veículos leves cai 28,2% em janeiro, segundo Anfavea

564

São Paulo – Os licenciamentos de automóveis e comerciais leves recuaram 28,2% em janeiro na comparação com o mesmo mês de ano passado, a 116.774 unidades, informou a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Ante dezembro de 2021, houve queda de 39,8%. Já os licenciamentos totais de veículos – que incluem automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus – somaram 126 unidades, queda de 26,1% em base anual e de 38,9% na comparação com dezembro.
“Foi um mês de recorde nas infecções por covid-19 no país e de chuvas acima da média para o período, o que afetou a produção dos fornecedores e dos fabricantes de veículos, e ainda afastou clientes das concessionárias”, destacou o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes.
A entidade também atribuiu o resultado ao atraso de licenciamentos de carros vendidos em janeiro decorrente da entrada em vigor do novo Registro Nacional de Veículos em Estoque, o Renave, devido à curva de aprendizado dos agentes envolvidos na operação, citando que a situação já está normalizada e refletiu em números melhores de emplacamentos neste início de fevereiro.
A venda de caminhões subiu 15,5% em relação ao mesmo mês do ano passado, com o emplacamento de 8.705 unidades e recuo de 26,8% ante dezembro. No setor de ônibus, os emplacamentos subiram 1,0% em base anual, a 1.039 unidades. Em relação a dezembro, a venda de ônibus teve queda de 11,6%.
PROJEÇÕES
Para o vice-presidente da Anfavea, Gustavo Bonini, a expectativa da indústria é ter um crescimento de 20% na venda de ônibus em 2022, em comparação ao ano passado. Ele destacou que o setor de turismo sofreu um grande impacto com a pandemia em 2020 e 2021, afetando diretamente a demanda por novos ônibus. Agora, com a pandemia mais controlada, a demanda deve aumentar.
Bonini também comentou sobre a possibilidade de aumento na venda de caminhões. Para ele, a retomada da economia, mesmo que gradual, vai refletir naturalmente no aumento da demanda por produtos e, consequentemente, no aumento na produção. Com isso, haverá um aquecimento por novos caminhões, impactando positivamente a indústria automotiva como um todo.
O secretário Frederico de Moura Carneiro, da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), também comentou sobre a possibilidade da implantação de um programa de renovação da frota. Carneiro disse que isso já vem sendo discutido entre o Ministério da Economia e indústria automotiva, e que é fundamental criar incentivos fiscais para o setor voltar a crescer.
O presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, afirmou que o impacto negativo pela falta de semicondutores na cadeia produtiva deve ser menor em 2022, mas ainda acontecerá. Para Moraes, ela deve se estabilizar apenas em 2023. Sobre a queda nas vendas, o presidente da Anfavea falou várias vezes sobre o custo Brasil e a preocupação com o tamanho do aumento nas taxas de juros. Ele lembrou que 60% das pessoas físicas utilizam financiamento para adquirir um veículo.
Moraes entende que é preciso controlar a inflação e que o aumento dos juros tem esse papel, por outro lado, acredita que é preciso uma calibragem mais ponderada, pois ela impacta diretamente a economia e os setores que dependem de financiamentos para aumentar as vendas.
VEÍCULOS LEVES
A produção de veículos leves atingiu 134.629 unidades no mês de janeiro, apontando uma queda de 29,2% ante o mesmo mês de 2020. Na comparação com dezembro, houve recuo de 31,7%, Já a produção total de veículos – que inclui automóveis, comerciais
leves, caminhões e ônibus – foi de 145.417 unidades em janeiro, baixa de 27,4% em base anual e, de 31,1% em base mensal.
EXPORTAÇÃO
A receita com as exportações totais de veículos automotores e de máquinas agrícolas produzidas no Brasil somou US$ 554,9 milhões em janeiro, alta de 23,0% ante o mesmo mês do ano passado. Na comparação com dezembro, houve queda de 25,9%, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
POSTOS DE TRABALHO
A quantidade de postos de trabalho na indústria automotiva encolheu 2,0% em na comparação com janeiro de 2021, para 101.335 mil posições. Na comparação com dezembro, houve leve alta de 0,3%.