Ações da Petrobras sobem após resultados operacionais e expectativa de dividendos

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São Paulo – As ações da Petrobras avançam após a divulgação dos números de produção e vendas, na noite de ontem (9/2). Às 14h07 (horário de Brasília), os papéis PETR3 e PETR4 tinham ganhos de 2,97% e 2,66%, colaborando positivamente para a alta do Ibovespa (1,08%), já que os papéis da petrolífera tem forte peso no índice (cerca de 10%).
Para a Ativa Investimentos, a Petrobras apresentou um resultado de vendas e produção em linha com as suas expectativas, o que traria um recepção neutra aos números apresentados, na visão de seus analistas. “No upstream, a queda na produção é oriunda de movimentos estratégicos, como os desinvestimentos, a realização de paradas programadas e a assinatura do acordo de Coparticipação envolvendo o Campo de Búzios. O resultado a credencia a registrar margens expressivas no segmento de Exploração & Produção em seus resultados do 4T21. No refino, a alienação da RLAM e a menor demanda interna diminuíram a potência dos números na comparação trimestral, mas os números apresentados vieram apenas levemente abaixo das nossas expectativas. Na geração de energia, a queda na venda energética era esperada em função da melhora do cenário energético no país”, comentaram, em relatório divulgado nesta manhã.
A XP também não viu muitas surpresas no relatório, já que muitos dados são disponibilizados anteriormente pela ANP, e considerou os números em linha com suas estimativas. “A produção de petróleo no Brasil apresentou leve queda no trimestre, principalmente devido a paradas programadas em plataformas de alta produção e o início do Acordo de Coparticipação de Búzios. As refinarias continuaram aumentando as taxas de utilização, enquanto houve algum alívio na tendência da Petrobras de aumentar as importações de diesel e gasolina. Em relação aos resultados financeiros, esperamos mais um trimestre sólido de geração de caixa. Durante a teleconferência de resultados, a política de dividendos da Petrobras deve estar em destaque”, disseram os analistas da XP.
O BTG Pactual também manteve a recomendação neutra para a companhia após a divulgação dos dados e apresentou suas projeções para o próximo balanço trimestral da companhia. “O Brent continuou avançando no quarto trimestre (+8% base trimestrl), que junto com a média trimestral mais fraca recorde e mix de produção aprimorado devem impulsionar outro conjunto muito forte de resultados.”
O BTG prevê um ebitda de US$ 13 bilhões (R$ 72 bilhões), quase o dobro no ano contra ano, refletindo custos de extração de US$ 6,4/bbl e preços realizados com desconto de 5% para o mercado. A receita líquida deve chegar a US$ 24 bilhões (R$ 135 bilhões), com resultado final de US$ 5 bilhões (R$ 29 bilhões), o que poderia ser ainda maior se não fossem as perdas não monetárias relacionadas ao real mais fraco. “O nível de alavancagem confortável da companhia pode significar que dividendos adicionais podem estar em andamento. Nós não estaríamos surpreso ao ver um pagamento de 5% de rendimento”, apostam os analistas.
O rating neutro é baseado na combinação entre um sentimento positivo em relação à distribuição de lucros aos acionistas, ao resultado consistente e tom positivo da gestão, com a falta de visibilidade sobre a alocação de capital a partir de 2023 em diante. “Em última análise, pensamos que os PBR’s caso de investimento parece mais uma aposta no Brasil do que nos preços do petróleo em si. Dito isto, preferimos aproveitar o momento do preço do petróleo por outros nomes sob nossa cobertura”, concluíram.
O Bank of America (BofA) manteve a recomendação de compra na Petrobras citando esperar que a empresa se beneficie nos próximos anos do crescimento da produção, que juntamente com os preços mais altos do petróleo devem resultar em fortes lucros e fluxo de caixa e gerar sólidos pagamentos de dividendos à frente. “Ao mesmo tempo, questões de precificação e risco Brasil são importantes desafios contínuos, especialmente dada a incerteza eleitoral de 2022. Apesar desses riscos, fortes tendências operacionais, juntamente com forte rendimento FCF e alto rendimento de dividendos, devem ser positivos para o desempenho das ações”, escreveram Frank McGann e Isabel Saffioti, do BofA.