Em sessão volátil, Bolsa fecha em leve alta em meio a conflito entre Rússia e Ucrânia; dólar cai

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Em uma sessão bastante volátil e com baixa liquidez, a Bolsa fechou em leve alta em um dia em que os investidores observaram com cautela o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, a pressão nos preços do petróleo e o impacto na inflação global.
As empresas de consumo foram destaque de alta na sessão de hoje. Os papéis das Americanas S.A (AMER3), Magazine Luiza (MGLU3) e Lojas Renner (LREN3) avançaram respectivamente 3,62%, 2,04% e 2,20%. E do lado negativo, as ações da Via (VIIA3) caíram 4,02%.
Por aqui, o boletim Focus apontou inflação mais alta neste ano para 5,50%, de 5,44%. Nos Estados Unidos a elevação do índice em 7,5% em base anual, divulgado na semana passada, amplia a expectativa de um aperto monetário mais forte. Hoje, dirigentes do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) já sinalizam que o momento é oportuno para aumentar os juros do país.
O principal índice da B3 registrou alta 0,28%, aos 113.899,19 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em fevereiro subiu 0,15%, aos 113.950 pontos. O giro financeiro foi de R$ 25,8 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam em queda.
Flávio Oliveira, head de renda variável da Zahl Investimentos, comentou que o mercado tem temor ao impacto que o conflito entre a Rússia e a Ucrânia pode causar, e “a inflação na parte de energia é o maior receio dos players porque com que os juros lá fora subam muito mais rápido e isso machucaria os mercados globais”.
O head de renda variável da Zahl Investimentos destacou que no campo doméstico, a política faz com que os investidores locais “fiquem retraídos em investir e fica sem a força compradora”.
Para José Costa Gonçalves, analista da Codepe Corretora, o movimento do mercado é de cautela com a crise entre Rússia e Ucrânia e com dirigentes do Federal Reserve (Fed, banco Central norte-americano) opinando sobre a taxa de juros nos Estados Unidos. “É muito improvável que aconteça uma guerra antes do término das Olímpiadas de inverno na China, mas esse movimento entre os países gera tensão entre os investidores”.
Costa comentou que os dirigentes do Fed falam em aumento de juros no país, mas “não dizem quando e quanto, o que gera incerteza no mercado”.
O dólar comercial fechou em queda de 0,47%, cotado a R$ R$ 5,2190. A moeda norte-americana operou em baixa durante quase toda a sessão, impactada pela possibilidade de diálogo no confronto Rússia e Ucrânia. O forte fluxo estrangeiro também contribuiu para o real novamente ganhar terreno.
Segundo o analista de risco da Ajax Capital, Rafael Passos, “a possibilidade de diálogo entre Rússia e Estados Unidos recuperou os mercados, que monitora essa situação de perto”.
Movimento observado há semanas, o fluxo estrangeiro continua forte, impactando diretamente o câmbio, mas Passos alerta: “O dólar está chegando em um patamar que qualquer stress mais forte pode mudar esta situação. Está muito sensível”.
De acordo com o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa, “a declaração do dirigente russo acalmou os mercados, e isso reflete no dólar, que também sofre influência do fluxo estrangeiro”, referindo-se ao ministro das relações exteriores, Sergey Lavrov. O economista, porém, ressalta que clima ainda é de forte aversão ao risco.
Em movimento contrário ao dólar, as taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecharam em alta após uma manhã em queda, com a iminência de um conflito armado na Ucrânia e às vésperas da votação da PEC dos Combustíveis.
O DI para janeiro de 2023 tinha taxa de 12,480% de 12,475% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2024 projetava taxa de 12,055%, de 12,000%, o DI para janeiro de 2025 ia a 11,485%, de 11,440% antes, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 11,365% de 11,325%, na mesma comparação.
Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam em queda, com o Dow Jones caindo 0,49%, à medida que os investidores continuam a mostrar preocupação com o aumento das tensões entre a Rússia e a Ucrânia, além das incertezas sobre o plano do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) para o aumento das taxas de juros. Confira a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos no fechamento:
Dow Jones: -0,49%, 34.566,17 pontos
Nasdaq 100: -0,00%, 13.790,9 pontos
S&P 500: -0,38%, 4.401,67 pontos