São Paulo – A produção de veículos leves atingiu 152.590 unidades no mês de fevereiro, apontando uma queda de 16,9% ante o mesmo mês de 2021. Na comparação com janeiro, houve aumento de 13,3%, de acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Já a produção total de veículos – que inclui automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus – foi de 165.935 unidades em fevereiro, redução de 15,8% em base anual e alta de 14,1% em base mensal.
No acumulado do ano, a produção total caiu 21,7% para 165.935 unidades, enquanto a produção de veículos leves nos dois meses deste ano diminuiu 23,2% para 287.219 unidades, ante 373.797 no primeiro bimestre de 2021.
Os licenciamentos de automóveis e comerciais leves recuaram 24% em fevereiro na comparação com o mesmo mês do ano passado, a 120.458 unidades, informou a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Ante janeiro, houve avanço de 3,2%.
No primeiro bimestre de 2022, os emplacamentos de leves somaram 237.232 de
unidades, queda de 26,1% frente ao mesmo período de 2021.
Já os licenciamentos totais de veículos – que incluem automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus – somaram 129.275 unidades, queda de 22,8% em base anual e aumento de 2,2% na comparação com janeiro. No acumulado do ano, houve queda de 24,4% nos licenciamentos totais, para 255.793 unidades.
“Em janeiro houve impacto da variante Ômicron, enquanto as vendas tiveram maior impacto em fevereiro. Há empresas anunciando redução do volume de produção ou suspensão de contratos de trabalho por conta da falta de semicondutores”, comentou o presidente da Anfavea Luiz Carlos Moraes, em entrevista a jornalistas.
A receita com as exportações totais de veículos automotores e de máquinas agrícolas produzidas no Brasil somou US$ 731,861 milhões em fevereiro, alta de 21,4% ante o mesmo mês do ano passado. Na comparação com janeiro, houve aumento de 31,9%.
REDUÇÃO DO IPI
A entidade espera ter melhores resultados em março com a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e maior número de dias úteis em relação a fevereiro.
“Sempre defendemos a redução do IPI, isso está dentro da reforma tributária. Como ela ainda não foi aprovada, discutimos com o ministro Paulo Guedes para fazer essa redução do IPI para promover o crescimento do consumo, ajudar a indústria e o consumidor, que paga esse custo. Nós defendíamos uma redução mais forte, de 55%, mas começou com 18,5% (para automóveis e comerciais leves) e esperamos que isso tenha um impacto no consumo e na redução de preços” disse o dirigente.
A entidade projeta um impacto potencial nos preços de redução entre 1,7% a 4,1% em veículos híbridos, de 1,6% a 4,1% em ciclo diesel, de 1,4% a 4,1% ciclo Otto e de 1,4% a 3,2% em veículos elétricos.
CAMINHÕES E ÔNIBUS
A venda de caminhões aumentou 2,1% em relação ao mesmo mês do ano passado, com o emplacamento de 7.943 unidades e recuou 8% ante janeiro. No acumulado do ano, por sua vez, houve crescimento de 8,7%, a 16.648 caminhões.
No setor de ônibus, os emplacamentos caíram 22,1% em base anual, a 874 unidades. Em relação a janeiro, a venda de ônibus teve queda de 15,9%. No acumulado do ano, houve baixa de 11,1% a 1.913 unidades.
IMPACTOS DA UCRÂNIA
Em relação aos impactos do conflito entre a Ucrânia e Rússia, a Anfavea disse que as montadoras estão reduzindo as importações de componentes em nível global, mas que ainda não dá para mensurar o impacto na produção local. A entidade avalia que ainda é cedo para rever projeções mesmo com a crise de semicondutores e que suas estimativas já eram conservadoras, especialmente para o primeiro semestre.
“Ainda estamos tentando entender os impactos da crise, não esperávamos que haveria uma guerra e estamos monitorando por meio de contatos com os fornecedores. Temos uma preocupação mais ainda é cedo para saber os impactos reais na produção aqui no Brasil”, disse o presidente da Anfavea Luiz Carlos Moraes, em entrevista a jornalistas.
POSTOS DE TRABALHO
A quantidade de postos de trabalho na indústria automotiva recuou 3,2% em fevereiro na comparação com o mesmo mês de de 2021, para 101.330 posições. Na comparação com janeiro, o número de postos de trabalho ficou estável.