São Paulo – A MRV registrou lucro líquido atribuível aos acionistas de R$ 300 milhões no quarto trimestre de 2021, 53,1% maior que o visto no mesmo período do ano anterior. Em termos ajustados, o lucro líquido totalizou R$ 322 milhões, alta de 64,1% na mesma base. No ano, a companhia teve lucro ajustado de R$ 914 milhões, 66,2% maior que em 2020.
“No ano de 2021 a MRV&Co se consolidou como a primeira e única Plataforma Habitacional Multinacional de origem brasileira. Todas as linhas de negócios da MRV&Co registraram importantes avanços, confirmando a assertividade da estratégia de diversificação de produtos, fontes de funding e mercados de atuação implementada pela companhia”, disse a MRV, em seu relatório de resultados de 2021.
O lucro de 2021 exclui os efeitos não recorrentes no resultado financeiro, do swap da recompra de ações da MRV e de swaps de dívidas, que totalizaram um impacto financeiro de R$ 109,5 milhões em despesas financeiras.
A receita operacional líquida avançou 11,9% no período, para R$ 1,9 bilhão, na mesma base de comparação. Em todo o ano passado, a receita alcançou R$ 7,1 bilhões, 7,1% acima de 2020.
O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 524 milhões no trimestre, alta de 60,3% ante o mesmo período de 2021. A margem ebitda foi de 27,5%, alta de 8,3 pontos percentuais ante a registrada no último trimestre de 2020.
Em termos operacionais, a MRV&Co teve valor geral de vendas de R$ 9,4 bilhões em 2021 (+24,9% ante 2020), com a MRV somando R$ 7,2 bilhões (+21,1%), a Urba teve R$ 194 milhões (+310,7%), a AHS com R$ 1,6 bilhão (+3,1%) e a Luggo totalizou R$ 428 milhões.
No período, a geração de caixa da MRV ficou negativa em R$ 151 milhões. O custo financeiro alocado ao Minha Casa, Minha Vida (MCMV) subiu 1,5% no quarto trimestre e totalizou R$ 44 milhões negativos. No ano, o indicador teve alta de 18,2%, para R$ 148 milhões negativos.
A alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida por patrimônio líquido, ficou em 2 vezes no trimestre, alta de 128%. A dívida líquida era de R$ 1,7 bilhão ao final de 2021, 115,8% acima de 2020.
Para Augusto Andrade, gestor executivo de Relações com Investidores, os resultados de 2021 mostram a evolução da plataforma habitacional criada pela companhia no final de 2019, em que a MRV conseguiu ampliar sua atuação até então focada em baixa renda para diversificar em outros segmentos, como a AHS, operação que mantém nos Estados Unidos, a Urba, em loteamentos e Luggo, em incorporação e locação.
“A AHS representou quase metade do lucro de R$ 904 milhões do quarto trimestre e 46% das vendas de fora do programa Casa Verde Amarela, como as vendas nos Estados Unidos. Além disso, tivemos a maior receita da história da MRV e outros destaques, como R$ 1,75 bilhão em valor geral de vendas (VGV), parceria com a Brookfield e bons resultados da Luggo”, disse o executivo, em entrevista à Agência CMA.
“Na Luggo, compramos o terreno, desenvolvemos o projeto e alugamos e vendemos para o investidor. Esse modelo está tão aquecido que estamos vendendo os projetos antes de alugar”, disse o executivo. A MRV também atua nesse segmento nos EUA com a AHS.
Em relação às perspectivas, o executivo vê um cenário desafiador no Brasil, com aperto de margens e pressão de aumento de custos, citando, por exemplo, que o INCC passou de 4% ao mês e acumula alta de 24% no 1T222. “Há aumento de pressão e redução de margens no Brasil. Vamos escolher bem nossos lançamentos, esperamos melhores resultados fora do programa Casa Verde Amarela e em segmentos como Urba. Já nos EUA, as perspectivas são excelentes, nossa margem que era de 28%, já chega a 51% em alguns projetos”, finalizou.