Bolsa fecha em alta de quase 2%, acima dos 115 mil pontos; dólar cai

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São Paulo- Em um dia de bom humor no mercado acionário, a Bolsa fechou em forte alta de quase 2% na máxima do dia-115.310,91 pontos-com uma valorização disseminada dos ativos internos e os melhores desempenhos ficaram para as commodities ligadas ao minério de ferro e petróleo, o setor varejista e shoppings. Na semana, o Ibovespa acumulou ganho de 3,22%.
As ações da Petrobras (PETR3 PETR4) subiram 1,21% e 2,13% e foram beneficiadas com um comunicado da estatal reforçando a paridade dos preços dos combustíveis. Os papéis da Vale (VALE3), Usiminas (USIM5) e Gerdau (GGBR4) elevaram 1,59%,2,09% e 1,59%. As ações das varejistas como Magazine Luiza (MGLU3), Lojas Renner (LREN3) e Americanas S.A (AMER3) avançavam 5,05%, 4,67% e 9,46%, nessa ordem.
O principal índice da B3 subiu 1,97%, aos 115.310,91 pontos. O Ibovespa futuro avançou 1,91%, aos 115.960 pontos. O giro financeiro foi de R$ 45,3 bilhões, volume expressivo por causa do vencimento de opções sobre ações.. Em Nova York, as bolsas fecharam em alta.
Romero de Oliveira, head de renda variável da Valor Investimentos, afirmou que a alta da Bolsa mostra um movimento bem disseminado. “São vários setores subindo como commodities, varejo, shoppings e quando todos esses papéis se valorizam são estrangeiros comprando Brasil”.
Segundo Alexsandro Nishimura, head de conteúdo e sócio da BRA, afirmou que o Ibovespa operou praticamente todo o pregão no positivo e “foi sustentado pela Vale Petrobras”.
Um analista que não quis se identificar afirmou que “as commodities ajudam o positivo da Bolsa, principalmente Petrobras”.
Marcos Olmos, direto de venture capital e sócio da Vox Capital disse que alta na Bolsa “é por disponibilidade de liquidez, alguns resultados interessantes que vem vindo dos [setores] de varejo e consumo”. A Bolsa sofreu muito o ano passado e os ativos ainda estão baratos. “Existe uma percepção potencial de benefício para os emergentes [países] no futuro dado que Rússia e outros mercados não estão bem e vai em conjunto com a entrada de capital estrangeiro e que o dólar ainda está em um patamar bom”.
Segundo Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos, não há nenhuma notícia que impacte a Petrobras devido à alta dos papéis, o petróleo também avança. “Como o presidente [Jair Bolsonaro] não pode interferir na Petrobras a hora que quiser, tira um pouco do estresse que o mercado criou em cima da estatal por conta do aumento do petróleo e gasolina [recente aumento dos combustíveis]”.
E acrescentou “se olharmos as outras petrolíferas, a Petrobras ainda está devendo”. Os papéis da 3RPetrolium (RRRP3) e Petrorio (PRIO3) subiram 3,43% e 2,81%. na véspera as ações tiveram forte ganho.
A Petrobras disse hoje, em comunicado, que “segue todos os ritos de governança e evita passar para os preços internos às volatilidades das cotações internacionais e a taxa de câmbio causada por eventos conjunturais”.
O dólar comercial fechou em R$ 5,0170, com queda de 0,39%. A moeda norte-americana chegou a subir durante a manhã, mas no período da tarde a alta global das commodities e o intenso fluxo estrangeiro foram responsáveis pelo fortalecimento do real.
Segundo o head de câmbio e sócio da Ethimos Investimentos, Lucas Brigato, “a guerra ainda está sob um certo controle, o que é benéfico para o Brasil”. O executivo acredita que isso também ajudou a segurar o preço do petróleo, “desafogando o Brasil”.
Brigato ainda vê espaço para o dólar cair mais: “Acredito que a queda não pare por aí, temos um suporte na casa dos R$ 4,88. Por ora, a tendência é essa”, projeta.
De acordo com o sócio-diretor da Pronto! Invest, Vanei Nagem, “com exceção do petróleo, as commodities valorizadas que seguem ajudando o real e gerando intenso fluxo estrangeiro”.
Nagem, contudo, alerta para as consequências da disparada da inflação e suas consequências: “Já existem casos de desabastecimento de alimentos mais perecíveis, devido ao alto custo do transporte”, observa.
Para o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, “a falta de avanço nas negociações no Leste Europeu e uma precificação completa da postura estimulativa na política econômica chinesa levam à uma exaustão do movimento de recuperação, levando as bolsas para o negativo, juros estáveis e um repique do dólar”.
Por outro lado, salienta Borsoi, a continuidade da alta das commodities pode ser positiva tanto para bolsa quanto para o câmbio.
As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecharam em queda, ainda repercutindo a última reunião do Copom, que elevou a taxa Selic em 1 p.p.
O DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 12,890% de 12,925% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 12,580%, de 12,755%, o DI para janeiro de 2025 ia a 12,070%, de 12,285% antes, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 11,915% de 12,145%, na mesma comparação.
Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam em campo positivo para a maior alta semanal desde novembro de 2020, com os preços do petróleo abaixo de altas recentes e os investidores otimistas com os sinais do Federal Reserve (Fed, o banco central-americano) de confiança na economia dos Estados Unidos.
Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:
Dow Jones: +0,80%, 34.754,93 pontos
Nasdaq 100: +2,05%, 13.893,8 pontos
S&P 500: +1,16%, 4.463,12 pontos