São Paulo – O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de Chicago, Charles Evans, disse que o Fed poderia elevar sua taxa de juros acima da neutralidade se a inflação continuar em alta.
“Se a inflação começasse a acelerar novamente, isso seria de grande preocupação”, disse Evans num evento no Clube de Economia de Nova York, acrescentando que os juros acima da neutralidade não impulsionam nem dificultam o crescimento econômico.
O membro do Fed diz enxergar uma primeira etapa de aumento da taxa de juros em 2,0 pontos percentuais (pp), o que a levaria a 2,25% a 2,50% até dezembro. Numa segunda etapa o aumento chegaria a 3,0%-3,5%.
“Nessa fase atingimos a neutralidade”, disse Evans. Se a inflação não começar a cair, então “teremos que ir acima do neutro”, completou.
Em relação ao balanço de US$ 9 trilhões do Fed, Evans ressaltou que é preciso ter cuidado na hora de ajustá-lo, destacando que os juros são a principal ferramenta de política do Banco Central.
“Portanto, o balanço não será uma ferramenta de política ativa”, disse ele. “Queremos que as expectativas de inflação sejam consistentes com a inflação de 2% ao longo do tempo”, acrescentou.
Ontem, o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, disse que a inflação dos Estados Unidos está “muito alta”, voltando a opinar sobre a necessidade do Banco Central aumentar das taxas de juros para 3,5% até o final do ano.
Bullard foi o único a votar por um aumento de 0,5 pp nas taxas de juros do Fed na última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), em março. Ele foi voto vencido na votação, que decidiu por um aumento mais modesto, de 0,25 pp, o que já havia sido amplamente notificado pelo Fed nos meses anteriores.