Bolsa fecha em alta acompanhando exterior e na semana acumula ganho de 1,70%; dólar cai mais de 1%

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São Paulo- A Bolsa fechou em alta em um pregão de alívio, seguindo as bolsas norte-americanas, com a repercussão das declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), Jerome Powell, sobre a alta de juros de 0,50 ponto porcentual (pp) nas duas próximas reuniões. Somado a isso, os balanços corporativos positivos por aqui e a possibilidade de a China amenizar as medidas de restrições por causa da pandemia. Na semana, o Ibovespa subiu 1,70%.

As ações da Yduqs (YDUQ3) e aéreas foram destaque de alta. A Yduqs se valoriza, após o resultado positivo do balanço em que registrou lucro líquido de R$ 76 milhões no 1T22, alta de 75,9% em relação ao mesmo período do ano passado. As companhias áreas, como Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) subiram “por conta de uma inflação menor, os custos das companhias diminuíram e um pouco de alívio em relação à guerra entre Rússia e Ucrânia”, disse Virgilio Lage, especialista da Valor Investimentos. Os papéis da Yduqs (YDUQ3), Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) subiram 12,11%, 11,78% e 10,64%, nessa ordem.

Em contrapartida, a B3 (B3SA3) foi destaque de baixa, após a queda de 7,2% no lucro líquido corrente no 1T22 na comparação anual. A Ação da B3 (B3SA3) caiu 3,61%.

O principal índice da B3 subiu 1,16%, aos 106.924,18 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em junho avançou 1,00%, aos 107.990 pontos. O giro financeiro foi de R$ 27 bilhões. Em Nova York, as bolsas subiram.

José Costa Gonçalves, analista da Codepe corretora, disse que a sessão de otimismo desta sexta-feira reflete a melhora externa “com a repercussão da fala do presidente do Fed, Jerome Powell, da véspera, valorização das ações da Petrobras, Vale e bancos sustentando o índice e com as casas de análises alterando o crescimento do PIB brasileiro para cima de 1%”. Mas salientou que os investidores ficam “aguardando os próximos passos da China”. Há possibilidade de uma flexibilização das medidas de restrições em Xangai, segundo afirmaram autoridades chinesas.

Virgilio Lage, especialista da Valor Investimentos, comentou que” a próxima reunião do Fed vai ser um divisor de águas” se a inflação norte-americana começar a desacelerar e será interpretado que o pico foi atingido agora.

Flávio Aragão, sócio da 051 Capital, comentou que o bom humor de hoje no mercado é explicado pelos balanços corporativos aqui e influenciado pelo exterior. “Os resultados estão vindo muito fortes e as notícias melhores da China ajudou um pouco”.

O sócio da 051 Capital disse que vários fatores mais favoráveis por aqui também auxilia a Bolsa. “Ontem o volume de serviços foi positivo e puxa para cima a estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2022. Acredito em um crescimento de 1,0%. Os indicadores econômicos têm vindo dentro da linha e ajudam o mercado”. Várias casas estão revisando o crescimento do PIB.

Mas enfatizou que a Bolsa vai começar a ter um movimento de lateralização por um tempo. “O cenário muda se houver uma explosão das commodities, que não está no nosso radar”.

Em relação aos balanços, Aragão destacou o setor de varejo de vestuário em que todos vieram muito bons, como do Grupo Soma (SOMA3) e Lojas Renner (LREN3). “Os resultados de vestuário foram uma surpresa positiva; havia uma demanda reprimida e o fluxo voltou para eles”.

O dólar comercial fechou em queda de 1,61%, cotado a R$ 5,0580. A moeda refletiu o retorno do intenso fluxo estrangeiro na bolsa brasileira, além do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) descartar aumentos superiores a 0,5% nas duas próximas reuniões, em junho e agosto.

Para o sócio fundador da Pronto! Invest, Vanei Nagem, “houve uma pequena saída de capital nos últimos dias, mas o fluxo intenso na bolsa está voltando. Continuamos tendo ações e juros atrativos”.

Nagem considerou a sinalização do Fed inteligente: “Eles estão com medo de ser muito agressivos e frear o mercado”, opina.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) abriram de lado, mas fecharam em alta nesta sexta-feira (13), com mercado ainda testando novos direcionamentos do Banco Central para a Selic.

O DI para janeiro de 2023 tinha taxa de 13,440% de 13,400% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2024 projetava taxa de 13,200%, de 13,160%, o DI para janeiro de 2025 ia a 12,570%, de 12,520% antes, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 12,330% de 12,360%, na mesma comparação.

Os principais índices de ações fecharam em alta na sessão, com a Nasdaq subindo 3,82%, numa semana que seguiu o ritmo oposto – Dow Jones, Nasdaq e S&P registraram uma queda semanal de 2%. A recuperação no pregão hoje teve início após o fechamento dos mercados ontem, quando os traders buscaram papéis de empresas de tecnologia que estavam em baixa.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +1,47%, 32.196,66 pontos
Nasdaq Composto: +3,82%, 11.805 pontos
S&P 500: +2,38%, 4.023,89 pontos