Bolsonaro diz que aumento salarial para servidores vai representar corte no orçamento dos ministérios

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Brasília – O presidente Jair Bolsonaro afirmou que o governo federal não tem dinheiro para atender os pedidos de aumento salarial de todos os servidores federais. Segundo Bolsonaro, o aumento linear de 5% que está sendo estudado pelo Palácio do Planalto representaria um corte de R$ 7 bilhões no orçamento de todos os ministérios, inclusive de áreas estratégicas como educação, saúde, ciência e tecnologia, obras. “Gostaria de poder atender a todos, mas o orçamento é pequeno”, disse.

Conforme Bolsonaro, de um total de R$ 90 bilhões destinados às despesas discricionários, o governo teria de cortar R$ 17 bilhões neste ano. Além dos R$ 7 bilhões para aumento salarial, mais R$ 10 bilhões referentes a precatórios, abonos e Plano Safra, que não estavam previstos, de acordo com o presidente.

“A gente se esforça para dar um reajuste – sei que é pequeno – para os servidores. Uma sugestão, não está batido o martelo, quero deixar bem claro, de 5%. Isso equivale a mais cortes nos ministérios de R$ 7 bilhões”, afirmou na live semanal desta quinta-feira.

Bolsonaro voltou a dizer que a intenção inicial era atender os servidores da área de segurança – Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Departamento Penitenciário Nacional (Depen). O governo reservou R$ 1,7 bilhão no orçamento de 2022 para conceder aumento salarial a essas carreiras.

“Quero atender o policial rodoviário federal para chegar no mesmo nível do agente da Polícia Federal – não é do delegado. Uma pequena subida no teto deles, em torno de R$ 1.500, bem como o pessoal do Depen, que está ganhando bem lá embaixo e mexe com gente de alta periculosidade. A ideia é dar 50%. É o que pode ser feito agora”, afirmou.

Diante da possibilidade de reajuste salarial para a área de segurança, outras carreiras do serviço público se mobilizaram para ser contempladas também.

“Aí várias outras categorias disseram: se for dar 10% para o policial rodoviário federal e 30% para o pessoal do Depen, a minha categoria, que já ganha 30, também quer 30, senão eu paro o Brasil”, afirmou Bolsonaro. “Esse é o impasse que está acontecendo. Não tem recurso”, completou.

Bolsonaro reconheceu que “várias” categorias do setor público estão com vencimentos defasados. O presidente disse que vai orientar representantes do governo federal a negociarem com os servidores o aumento de 5% para evitar greves. “Se eu tivesse recursos, eu daria. Não temos como ir além. Se alguém me disser de onde tirar os recursos, eu dou 10, 15, 20%, sem problema nenhum. Estou no limite”, afirmou.