Brasília – Em pronunciamento nesta segunda-feira, o ex-governador de São Paulo João Dória renunciou à candidatura a presidente da República, afirmando saber que não é a escolha da cúpula do PSDB para disputar o Palácio do Planalto, embora tenha vencido as prévias do partido. “Me retiro da disputa com o coração ferido, mas com a alma leve. Com a sensação inequívoca do dever cumprido e missão bem realizada”, afirmou.
Dória disse que “o PSDB saberá tomar a melhor decisão para as eleições deste ano”, apresentando uma solução para a disputa presidencial.
“Para esta missão, coloquei meu nome à disposição do partido. Hoje, neste 23 de maio, serenamente, entendo que não sou a escolha da cúpula do PSDN. Aceito esta realidade com a cabeça erguida”, afirmou. “Sou um homem que respeito o consenso, o diálogo e o equilíbrio. Sempre busquei e seguirei buscando o consenso, mesmo que ele seja contrário à minha vontade pessoal”, completou.
Dória disse que o Brasil precisa de outras opção à polarização entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“O Brasil precisa de uma alternativa para oferecer aos eleitores que não querem os extremos. Não querem aquele que foi envolvido em esquemas de corrupção nem aquele que não deu conta de salvar vidas, não deu conta de salvar a economia e que envergonha o nosso país em todo o mundo”, afirmou.
No pronunciamento, Dória lembrou de Bruno Covas, morto em maio do ano passado, que foi seu vice na prefeitura e São Paulo, e defendeu a candidatura de Rodrigo Garcia ao governo de São Paulo. Em março deste ano, circulou a informação de que Dória desistiria de disputar a Presidência da República e concorreria à reeleição, mas ele acabou renunciando ao governo paulista. “Rodrigo Garcia será, com muita justiça, reeleito governador de São Paulo”, afirmou.
TERCEIRA VIA
Após a renúncia do tucano, a tendência é que a senadora Simone Tebet, pré-candidata do MDB, ganhe o apoio de outros partidos, em especial do PSDB e do Cidadania, e se consolide com a candidata da terceira via ao Palácio do Planalto. Em nota, a senadora afirmou que “Doria nunca foi adversário”, mas “sempre foi aliado”.
Tebet afirmou que a contribuição de Dória para a vacinação contra a Covid-19 no país “jamais será esquecida” e prometeu conversar com o ex-governador para receber suas sugestões para o programa de governo.
“O Brasil é maior do que qualquer projeto individual. Vamos trabalhar para unir todo o centro democrático”, afirmou Tebet, chamando o PSDB e o Cidadania para a coligação. “Gostaria muito de ter o PSDB e o Cidadania junto conosco”, completou.
Na nota, a senadora afirma que vai aguardar a decisão das direções partidárias para continuar a “caminhada da esperança”. “Vamos unir o país e tratar de sua reconstrução moral, institucional e política. O povo tem pressa e precisamos semear esperança”, completou.
