São Paulo, SP – O setor de shopping centers registrou um aumento de 34,8% nas vendas no primeiro trimestre de 2022, é o que aponta o balanço trimestral realizado pela Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), com base em levantamentos do Indice Cielo de Varejo em Shopping Centers (ICVS-Abrasce). Em termos reais, quando descontada a inflação, a alta foi de 22,2%.
Foi o primeiro resultado positivo apresentado pelo varejo dos shoppings no período desde 2019, quando teve um crescimento de 8,5%. Em função da pandemia do coronavírus, nos anos seguintes, os shoppings acumularam resultados negativos, recuo de 9,1%, entre janeiro a março de 2020, e de 25,9% no mesmo intervalo de 2021.
Os bons números também foram influenciados pelos resultados da variação anual do mês de março, que apresentou uma adição de 132,5% nas vendas em relação a 2021. Em fevereiro, o setor já tinha apresentado crescimento anual de 10,6%. No primeiro mês do ano, o crescimento foi de 10% em relação a janeiro de 2021.
A recuperação no trimestre foi observada em empreendimentos de todas as regiões do Brasil, mas o destaque ficou por conta de duas regiões que cresceram acima da média nacional: Norte (42,7%) e Sudeste (38,1%). Todas as demais regiões registraram fortes elevações nas vendas com o Centro-Oeste, alta de 32,9%, o Nordeste (31,6%) e o Sul (28,5%).
O ticket médio dos consumidores nos shoppings apresentou uma ligeira variação negativa de 7,6%, saiu de R$ 138,38, nos três primeiros meses de 2021, para R$ 127,88, no primeiro trimestre de 2022. Contudo, foi registrada uma elevação de 9,5% sobre o mesmo trimestre de 2020 e um aumento ainda maior, de 13,8%, em relação a 2019, período que antecedeu a pandemia.
O número de visitantes nos shoppings também segue aumentando e estimulando cada vez mais o comércio dentro deles, principalmente em função de um número maior de brasileiros imunizados contra o coronavírus. Foram registrados aumentos no fluxo de pessoas em janeiro (22,3%), fevereiro (24,2%) e em março um salto de 153%, em função da base deprimida de 2021, em decorrência da segunda onda de fechamento em março do ano passado.
Para o presidente da Abrasce, Glauco Humai, o aumento significativo no número de visitantes e os bons resultados mensais do volume de vendas em todas as regiões pesquisadas levam à conclusão de que o setor de shopping centers não apenas recupera-se dos danos causados pela crise sanitária do coronavírus, mas também se aproxima com velocidade do patamar pré-pandemia.
“São resultados animadores que mostram consumidores retornando cada vez mais aos shoppings com segurança e procurando o lazer que proporcionamos. Os investidores e empreendedores do setor devem começar a colher cada vez mais frutos neste período de retomada do setor e 2022 está se mostrando ainda mais promissor que imaginávamos”, pondera o executivo.
Para 2022, a projeção inicial dos shoppings era de um incremento de 13,8% nas vendas, mas, diante dos atuais resultados, a Abrasce agora estima números ainda maiores e espera que o setor cresça 17,3%, quando descontada a inflação a previsão é de um crescimento real de 9,2%.