São Paulo – Os índices futuros americanos começaram a manhã em baixa, mas as bolsas europeias iniciaram a quinta-feira em alta. O dia começa com a ressaca da Super Quarta, que não foi exatamente um porre desavisado, não é mesmo?
O aumento de 0,50 ponto percentual nos juros dos Estados Unidos e de 1% no Brasil confirmou o que o mercado já sabia. Para conter a inflação, ainda não inventaram um remédio mais eficaz, apesar de amargo e, desta vez, mais duradouro.
A boa notícia é que o presidente do BC americano, Jerome Powell, apontou que um novo aumento dos juros não deve ultrapassar o 0,50 ponto percentual. Isso fez o mercado acreditar em um combate eficiente contra a inflação, mas com menos risco de recessão.
Por aqui, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) elevou a taxa Selic em 1% e deixou o índice em 12,75% ao ano. Este é o mais longo ciclo de aperto monetário ininterrupto da história do comitê. E no mês que vem, uma nova alta está no radar, mas com uma elevação menos acentuada.
O cenário de juros altos deve pressionar o crédito e o custo da dívida pública, elevando o risco de desaceleração da economia. Em resumo, empresas adiam seus investimentos, a criação de novos empregos fica comprometida e a renda da população fica cada vez mais comprometida com a escalada de preços generalizada na economia brasileira.
A temporada de balanços com os resultados do primeiro trimestre continua a todo vapor. Hoje é a vez da AES Brasil, Alpargatas, Ambev, Gerdau, Bradesco, Petrobras, Unidas, entre outras.
No setor corporativo, a Ambev reportou lucro líquido ajustado de R$ 3,55 bilhões no primeiro trimestre de 2022), alta de 28,6% em relação ao mesmo período de 2021. Já o lucro líquido foi de R$ 3,52 bilhões, crescimento de 29,1% em comparação ao primeiro trimestre de 2021. O Ebitda ajustado cresce 3,7% no primeiro trimestre de 2022, para R$ 5,52 bilhões.
A Gerdau fechou o primeiro trimestre de 2022 com lucro líquido de R$ 2,94 bilhões. O valor é 19% superior ao mesmo período de 2021, Em relação ao último trimestre de 2021, a queda foi 17%. O Ebitda ajustado foi de R$ 5,82 bilhões no primeiro trimestre de 2022, um aumento de 35% na comparação o mesmo período de 2021 e uma queda de 3% em relação ao último trimestre de 2021.
A BRF reportou um prejuízo de 1,5 bilhão no primeiro trimestre de 2022, e o ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado caiu 90,2% no período e chegou a R$ 121 milhões. “Os resultados consolidados do primeiro trimestre traduzem um contexto de muitos desafios, especialmente no mercado Brasil. Além da inflação global de custos potencializada pelo conflito Rússia vs Ucrânia, as vendas no varejo foram menores que o planejado, sobrecarregando estoques e toda a cadeia de produtiva com impacto sem custos logísticos e perdas”, explicou a BRF em relatório.
A receita líquida da Totvs alcançou R$ 946 milhões, alta de 34 % na comparação anual. A receita recorrente aumentou 34% no período e somou R$ 69 milhões, quando comparado ao mesmo período do ano anterior.
O lucro líquido da EDP Energias do Brasil cresceu 5,4 % no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, para R$ 522,798 milhões. O lucro líquido ajustado, por sua vez, foi de R$ 386,2 milhões no período, alta de 20,4%.
A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) considera como uma medida técnica e necessária para conter o processo inflacionário no País a elevação em 1% na taxa básica de juros, de 11,75% para 12,75%, anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.
A Suzano registrou lucro líquido de R$ 10,306 milhões no primeiro trimestre deste ano, contra lucro de R$ 2.313 milhões no 4T21 e prejuízo de R$ 2.755 milhões no 1T21. “A variação em relação ao 4T21 e ao 1T21 é explicada pela variação positiva no resultado financeiro, por sua vez decorrente do impacto positivo da variação cambial sobre a dívida e da marcação a mercado das operações com derivativos, em oposição aos dois períodos de comparação”, explica a companhia.