Powell reafirma que combate do Fed à inflação é ‘incondicional’

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São Paulo – O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, voltou a reforçar que tem um compromisso “incondicional” para combater a inflação, reforçando a agressividade do Banco Central contra o aumento de preços.

“É incondicional [combater a inflação] (…) temos um mercado de trabalho que é insustentável a longo prazo e estamos muito longe da nossa meta de inflação”, disse Powell em depoimento ao Comitê Bancário da Câmara.

Desde ontem, quando também deu um testemunho ao Senado dos Estados Unidos, Powell passou a adotar a palavra “incondicional” para reforçar a postura mais agressiva do Fed contra a inflação. O Banco Central intensificou o aumento de sua taxa básica de juros desde março, quando primeiramente subiu o índice em 0,25 ponto percentual (pp). Na última reunião, no início do mês, o Fed aumentou a taxa em 0,75 pp, o maior aumento desde 1994.

Em resposta aos congressistas, Powell disse que o aumento dos juros são “projetados para levar o crescimento a um nível mais sustentável e dar ao lado da oferta uma chance de recuperar o ritmo ao reprimir a demanda. No entanto, ele admitiu que as ações do Fed podem levar ao aumento do desemprego, hoje em suas mínimas históricas.

“Existe o risco de o desemprego ficar acima das baixas históricas de hoje”, disse Powell.

A taxa de desemprego dos Estados Unidos ficou em apenas 3,6% em maio, abaixo dos quase 15% em abril de 2020. Na semana passada, as autoridades do Fed projetaram que a taxa de desemprego subirá para 3,9% no final de 2023 e 4,1% no final de 2024.

Powell também admitiu que o Fed julgou mal o risco de alta inflação, quando reforçou mais de uma vez que a alta de preços era ‘transitória’.

“Nós subestimamos isso [a inflação]. Com o benefício da retrospectiva, claramente fizemos”, disse Powell em resposta a uma deputada, reconhecendo que teria sido apropriado para o Fed ter sido mais ágil em combater a inflação.