O Índice de Preços ao Consumidor de junho da Espanha registrou sua maior alta em 37 anos: 10,2% em base anual. Em relação ao mês anterior, a variação foi de 1,8%. Há o índice harmonizado de preços ao consumidor, que usa como base os critérios dos países da União Europeia ficou em 10% no acumulado de 12 meses e 1,8% em relação a maio.
Segundo o INE, o instituto nacional de estatísticas da Espanha, a evolução dos preços se deve ao aumento substancial do preço dos combustíveis, que foi o maior desde junho de 2021, além de alimentos e bebidas não alcoólicas. Outro setor que registrou variação dos preços para cima foi o de hotéis, cafés e restaurantes.
A taxa de núcleo da inflação (que exclui alimentos e produtos energéticos) também registrou alta de 5,5%.
Segundo o economista Wouter Thierie, da ING, o aumento veio muito acima das expectativas, o que pode levar o BCE a apertar a política monetária na reunião de julho. “Se o aumento [da inflação] em outros países da zona do euro também for muito mais forte do que o esperado, aumentará a pressão sobre o Banco Central Europeu (BCE) para um aumento mais substancial das taxas em julho”, diz.
O governo espanhol vem adotando medidas para mitigar o aumento da inflação, cujo valor chega a 9 bilhões de euros. Elas incluem redução do IVA na energia elétrica para 5%; preço no transporte público em 50%; cheque de 200 euros para famílias vulneráveis; subsídio de 20 centavos por litro de gasolina; além de limitar os aumentos dos preços do gás.