Vale reitera projeção de produção de minério de ferro de 400 milhões de toneladas

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São Paulo – O diretor executivo de Minerais Ferrosos e Carvão da Vale, Marcello Spinelli, disse que a mineradora pretende produzir 400 milhões de toneladas de minério de ferro em 2022, durante teleconferência para analistas e investidores na manhã de hoje.

“Nós anunciamos que queremos entregar 400 milhões de toneladas, mas se estiver com esse nível de produção, se tiver mercado, a gente passa. Queremos ter flexibilidade de produção. Queremos entregar 400 milhões de maneira confiável. Vai depender do mercado, mas estaremos conectados com ele”, disse Spinelli

“Temos um tempo para ter esse desempenho, vamos ver como vai estar o mercado – mas com certeza, retornar lucro ao acionista é uma prioridade-chave nossa.”

Sobre a distribuição de dividendos para o ano, os executivos disseram que estão otimistas porque a Vale é disciplinada na alocação de capital. “A volatilidade dos ferrosos é grande, mas o segundo semestre tende a ser muito forte. Depende das condições de mercado”, ele disse, rapidamente complementando. “Nunca haverá surpresas, vamos focar na segurança. Mas, se o mercado melhorar acima das expectativas, teremos dividendos extraordinários.”

“Estamos otimistas, até o final do ano ainda haverá muitos benefícios, especialmente por um programa de redução de custos de US$ 1 bi que apresentamos. Esperamos um segundo semestre com mais volumes, que o “all in” se normalize mais mais ou menos no nível do último ano.”

O guidance do Níquel também foi revisado, muito na esteira da transição energética. “Revisamos o guidance de cobre para 270 a 275 mil toneladas, além da aquisição de uma nova unidade, capaz de produzir 25 mil toneladas de níquel contido para fornecimento de sulfato de níquel, material necessário para produção de veículos elétricos e crescente demanda de produção de baterias. Nós temos o melhor ativo em níquel do mundo e temos projetos de crescimento para níquel e para cobre, pois temos os melhores recursos e as melhores reservas. No curto prazo temos um pouco de preocupação com o que está acontecendo no setor.”

A Vale pretende, primeiro, estruturar a questão societária. “O mercado vai gostar do valor que o negócio tem. O preço do níquel esta saudável, o do cobre está refletindo a preocupação de recessão global porque é um ativo ligado ao PIB”, explicou Spinelli.

Segundo Spinelli, há uma grande demanda de minérios de alta qualidade e a mineradora está próxima da capacidade que pretendem manter para seguir o guidance. “Salobo [mina cobre da Vale, no Pará] tem as suas questões, mas nós operamos a mina muito bem, está a todo vapor se observar o guidance do segundo semestre. Vemos uma melhor condição para metais básicos no futuro, mas temos discutido os motivos da transformação com os acionistas.”