São Paulo – Em meio à alta da inflação no Reino Unido, o Banco da Inglaterra (BoE) decidiu, nesta quinta-feira (4), elevar a sua principal taxa de juros em 0,50 ponto percentual para 1,75% ao ano. A decisão do BC inglês veio em linha com a expectativa de analistas. É a maior alta em 27 anos, por conta da inflação crescente, que chegou a 9,4% ao ano em junho.
Segundo comunicado do BoE, oito de seus nove dirigentes de política monetária votaram pelo aumento a 1,75%. Os três outros defenderam um aumento mais modesto da taxa, de 0,25%.
Em meio aos impactos da guerra entre Rússia e Ucrânia, com a restrição do fornecimento de gás pela Rússia, além do risco de mais limitações, o BoE prevê que a inflação suba ainda mais, e chegue ao pico de 13% no quarto trimestre de 2022, e ficará bastante elevada em 2023. O banco prevê que o índice de preços ao consumidor chegará à meta de 2% no médio prazo. Para o terceiro trimestre de 2022, o BoE estima uma alta do PIB de 0,4%.
“Isso reflete em grande parte uma quase duplicação nos preços do gás no atacado desde maio, devido à restrição do fornecimento de gás à Europa pela Rússia e ao risco de novas restrições”, informa a nota. O BoE prevê mais aumentos de taxas, que podem chegar a 3% em março de 2023.
O banco cita que o aumento do PIB de maio, que foi de 0,5%, foi maior que a previsão de queda de 0,2%, e que esse aumento se deve ao crescimento na produção e da baixa taxa de desemprego. Por outro lado, indicadores de PMI divulgados recentemente, como o do setor industrial, que caiu para 52,1 pontos em julho, mostra que os empresários estão menos otimistas em relação ao futuro.