Braskem espera melhora do PIB para crescer no segundo semestre

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São Paulo, SP – A Braskem divulgou ontem o balanço do segundo trimestre de 2022. A companhia registrou prejuízo líquido de R$ 1,4 bilhão, revertendo o lucro de R$ 7,42 bilhões no segundo trimestre de 2021. O ebitda recorrente foi de US$ 802 milhões, 13%
menor que o registrado no primeiro trimestre de 2022.

Em teleconferência na manhã de hoje, Pedro Freitas, CFO (Chefe do Setor Financeiro) da petroquímica, disse que a demanda por resinas no país está estável e que uma possível melhora na economia do país pode aquecer o mercado petroquímico do país.

Freitas também comentou que o Auxílio Brasil, principal programa de distribuição de renda do governo federal que começou a pagar parcelas mínimas de R$ 600 para as famílias
cadastradas no programa, pode ter um impacto positivo também no setor petroquímico.

O executivo enfatizou que a empresa tem conseguido manter um bom desempenho devido à diversificação de matéria prima e geográfica, com plantas nos nos Estados Unidos, México e Alemanha, mesmo com um cenário mundial desafiador.

“O conflito na Ucrânia aumentou o custo do petróleo, mas também aumentou a receita. No Brasil o efeito é menor, mas o aumento do preço do gás no cenário internacional tem impacto no custo, especialmente na Europa e nos Estados Unidos”, explicou Freitas.

Sobre a redução do Imposto de Importação, via inclusão na Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum do Mercosul, a chamada Letec, para insumos industriais como glifosato e resinas plásticas, o executivo disse que está atento aos seu desdobramento. Com a mudança, as alíquotas de imposto de importação para esses itens ficarão de 3,3% a 4,4%. Atualmente, variam de 9,6% a 11,2%.

“Ainda estamos observando o impacto em nossos negócios. O que pode acontecer é uma revisão de portfólio de investimentos e uma redução no volume de produção diante de uma queda na rentabilidade das plantas no Brasil”, ponderou Freitas.

Por fim, a Braskem destacou seus projetos futuros na cidade de Indaiatuba, no interior paulista, Tailândia e no México. Em junho, a Braskem Idesa firmou acordos com a Advario B.V, empresa líder global no setor de armazenamento com sede na Holanda, para alienação de participação de 50% do capital social da Terminal Química Puerto México (TQPM), subsidiária da BI responsável pelo desenvolvimento e operação do projeto do terminal de importação de etano no México.

O terminal de importação de etano da TQPM terá capacidade de 80 mil barris diários de etano, fornecendo condições para que a BI importe toda sua necessidade de matéria-prima. O valor do investimento é de US$ 400 milhões. A maior parte deste valor de ser captado por financiamento externo. A previsão do início das operações é o segundo semestre de 2024.

Na Tailândia, a empresa assinou um memorando de entendimento com a SCG Chemicals para realizar estudos de viabilidade para investir em conjunto em uma nova planta de eteno verde. A execução do investimento está sujeita à conclusão dos estudos, acordo mútuo entre Braskem e SCG Chemicals e aprovação pelos órgãos de governança competentes.

Na cidade de Indaiatuba, a empresa fez parceria com a Valoren para construção da primeira unidade de reciclagem avançada no Brasil, com o objetivo de transformar quimicamente, por meio do processo de pirólise, resíduos plásticos em matéria-prima circular.

“A companhia possui a meta de aumentar o volume de vendas de produtos reciclados. Até 2025, a meta da Braskem é de expandir o seu portfólio para atingir 300 mil toneladas de resinas termoplásticas e produtos químicos com conteúdo reciclado e crescer para 1 milhão de toneladas de resinas termoplásticas e produtos químicos com conteúdo reciclado até 2030”, destacou o executivo.

Vendas

O volume de vendas de resina no mercado brasileiro manteve a linha com o primeiro trimestre de 2022, sustentada pela manutenção da demanda local. Em relação ao segundo trimestre de 2021, o aumento (+11%) é explicado pelo aumento do market share, que havia sido menor no segundo trimestre de 2021, principalmente devido a parada geral de manutenção programada na central petroquímica do ABC, São Paulo e ao aumento dos volumes de importação no mesmo período do ano anterior.

As exportações foram maiores em comparação ao primeiro trimestre de 2022 (+7%) em função do aumento no volume de PE exportado, dada a menor disponibilidade de PE nos Estados Unidos para exportação e de melhores condições logísticas para exportação. Em relação ao segundo trimestre de 2021, as exportações aumentaram 29% devido as melhores condições logísticas para exportação.

Estados Unidos e Europa

O ebitda recorrente foi de US$ 237 milhões (R$ 1,2 bilhão), 19% inferior ao primeiro trimestre de 2022, em função, principalmente, do menor volume de vendas de PP e do menor spread de PP na Europa, representando 30% do ebitda Recorrente consolidado de segmentos da Companhia. Na comparação com o segundo trimestre de 2021, houve redução de 52% em dólares, em função do menor volume de vendas de PP na Europa e do menor spread de PP em ambas as regiões.

A demanda de PP nos Estados Unidos permaneceu em linha com o primeiro trimestre de 2022. Ante ao segundo trimestre de 2021, a redução (-7%) é explicada pelos impactos dos estoques elevados na cadeia de transformação e pelo maior desempenho econômico da região. Na Europa, a redução em relação ao primeiro trimestre de 2022 (-11%) e ao segundo trimestre de 2021 (-7%) é explicada pelo menor desempenho econômico da região no período, que resultou em um menor consumo, principalmente, do setor automotivo.

O volume de vendas de PP: nos Estados Unidos, as vendas foram maiores em relação ao primeiro trimestre de 2022 (+15%) e ao segundo trimestre de 2021 (+4%), em função do consumo de estoque para venda, dada a demanda estável no período. Na Europa, o volume de vendas de PP reduziu em relação ao primeiro trimestre de 2022 (-15%) e ao segundo trimestre de 2021 (-19%), em função da menor demanda no período.