Lucro líquido da Caixa recua 70,7% no 2° trimestre e chega a R$ 1,8 bilhão

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São Paulo, SP – A Caixa Econômica Federal divulgou hoje o balanço do segundo trimestre de 2022. O lucro líquido foi de R$ 1,8 bilhão, queda de 70,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Em relação ao primeiro trimestre de 2022, a queda foi de 27,9%. No primeiro semestre, o lucro ficou em R$ 4,4 bilhões, recuo de 59,7% em comparação ao primeiro semestre de 2021.

A margem financeira alcançou R$ 12,7 bilhões, valor decorrente dos aumentos trimestrais de 15,5% nas receitas com operações de crédito, 17,1% em resultado de aplicações interfinanceiras de liquidez e 6,4% em resultado com operações de títulos e valores mobiliários.

As receitas provenientes da carteira de crédito totalizaram R$ 23,9 bilhões, aumento de 42,6% em relação ao segundo trimestre de 2021. Em relação às receitas com operações de
crédito, destacam-se os crescimentos, em 12 meses, de 278,6% no agronegócio, 86% em saneamento e infraestrutura, de 38,5 % em habitação; de 34,6% em crédito para pessoa física e de 56,2% em crédito para pessoa jurídica.

As despesas de captação foram impactadas pela alta de juros, o que refletiu nos aumentos, em 12 meses, de 342,1% com operações compromissadas, 180,2% com as operações de
poupança, 268,5% relacionados a depósitos judiciais e 141,4% com certificados de  depósitos bancários.

Relativo às receitas de prestação de serviços, o valor foi de R$ 6,2 bilhões, aumento de 5,2% em comparação ao segundo trimestre de 2021, e alta de 2,6% em relação ao primeiro trimestre de 2022, com destaque na variação trimestral para o aumento de 36,4% em receitas com produtos de seguridade e de 4,6% em cartões de débito e crédito.

As despesas administrativas (pessoal + outras despesas administrativas) totalizaram R$ 9,2 bilhões, aumento de 9,9% em relação ao segundo trimestre de 2021, o que é inferior à
inflação do período, e demonstra o controle dos custos administrativos que está em linha com as ações de otimização em curso na Caixa.

Os ativos totalizaram R$ 1,5 trilhão, aumento de 2% em relação ao segundo trimestre de 2021, influenciado pelo aumento de 13,7% na carteira de crédito ampliada, em contraponto com a redução de 12,7% em TVM e derivativos.

O patrimônio líquido cresceu 10,5% em base anual, para R$ 118,7 bilhões. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) foi de 9,34% em base recorrente, uma queda de 1,37% no comparativo anual. O ROE contábil teve recuo de 9,46% no mesmo intervalo, fechando em 9,55%.

No primeiro semestre de 2022, foram recuperados mais de 168 mil contratos comerciais em prejuízo, registrando recebimento de R$ 322 milhões à vista, relativos à regularização de R$ 868 milhões de dívida original, de mais de 137 mil clientes, tanto pessoas físicas quanto pessoas jurídicas.

O saldo em carteira do crédito imobiliário alcançou R$ 595,2 bilhões, alta de 11% em comparação ao segundo trimestre de 2021. Foram R$ 39,7 bilhões em contratação (considerando recursos SBPE e FGTS), 9,6% maior se comparado ao segundo trimestre de 2021, o maior volume de contratação trimestral da história.

O banco segue como o maior financiador da casa própria no país. No segundo trimestre de 2022, cresceu 11% a contratação de crédito com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) em comparação ao mesmo período de 2021, totalizando R$ 23,4 bilhões.

O banco realizou 13,1 milhões de simulações e 451,0 mil avaliações de crédito imobiliário, e celebrou 162 mil novos contratos, beneficiando 648 mil brasileiros. Foram contratados R$ 16,3 bilhões pelo Programa de Habitação Popular, incluindo os subsídios, o equivalente a 93,9 mil novas unidades habitacionais.

Agronegócio

O saldo da carteira de crédito do agronegócio totalizou R$ 30,8 bilhões ao final do segundo trimestre de 2022, crescimento de 202,3 % em 12 meses, com destaque para a modalidade para pessoa física, que totalizou R$ 19,6 bilhões, aumento de 253,9 % em relação ao segundo trimestre de 2021.

No segundo trimestre foram contratados R$ 13,3 bilhões, valor 247,3% maior que o registrado no segundo trimestre de 2021. Destaque para as contratações em pessoa física que totalizaram R$ 9,6 bilhões, com aumento de 413,9%. Os recursos foram destinados para diferentes linhas e finalidades, especialmente para financiar as despesas do ciclo de produção das principais culturas do país, como soja, milho, algodão, arroz, feijão, mandioca e café, bem como atividades pecuárias.