Análise de contas de candidatos aponta 59 mil casos de potenciais irregularidades em doações e gastos

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Brasília – O cruzamento das prestações de contas parciais dos candidatos nas eleições de 2022 com dados de órgãos de controle indica 59.072 casos de potenciais irregularidades, envolvendo R$ 605 milhões de transferências questionáveis, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O resultado do cruzamento foi apresentado ontem ao TSE, reunindo as prestações de contas parciais e as informações de órgãos de fiscalização, como o Tribunal de Contas da União (TCU), a Receita Federal, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), o Ministério Público Eleitoral (MP Eleitoral) e a Polícia Federal.

Conforme nota do TSE, as eventuais irregularidades precisam ser apuradas com o levantamento de provas materiais e de informações mais aprofundadas. Os casos suspeitos, tanto de doações como de gastos, são encaminhados ao MP Eleitoral para apuração.

O cruzamento dos dados apontou suspeitas em doações eleitorais de beneficiárias dos programas sociais do governo ou com renda incompatível com o valor doado. Segundo o TSE, foram detectados 190 casos de doadores desempregados e seis que constam como mortos.

A análise dos dados também encontrou 10.296 situações em que um mesmo candidato recebeu contribuições feitas por vários empregados de uma mesma empresa.

De acordo com o Tribunal, no caso dos fornecedores de campanhas, são indícios de pagamentos irregulares quando o fornecedor é uma empresa com número reduzido de empregados ou tem pelo menos um dos sócios inscrito em programas sociais do governo.

Outro ponto de atenção da fiscalização são as empresas fornecedoras constituídas neste ano e com sócio filiado a partido político ou parentesco com candidato no pleito.