Quais as perspectivas e melhores estratégias para investir em Small Caps?

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Apesar do cenário atual desfavorável, analistas indicam como aproveitar oportunidades do momento de baixa desse tipo de ativo

São Paulo, 26 de setembro de 2022 – Nos últimos 15 anos, o índice de Small Caps da B3 entregou retorno de mais de 100%, enquanto o Ibovespa deu retorno de 80% no mesmo período. Mas no curto prazo, esse tipo de ativo tende a ser mais volátil e apresentar maior risco, especialmente no atual cenário desafiador do mercado de renda variável, apontam analistas. Jennie Li, estrategista de ações da XP, disse, em entrevista ao CMA Entrevista, da Agência CMA, que 2022 está sendo um ano difícil para os ativos de risco globais, por conta de diversos fatores macro. Segundo a especialista, o índice de Small Caps cai 5%, enquanto o Ibovespa sobe quase 6% no ano.

 

Assista a entrevista na íntegra aqui:

 

 

André Zonaro, analista de ações responsável pela carteira de Small Caps da Nord Research, avalia que quem investiu nessas empresas desde 2008 ganhou mais do que o Ibovespa. “É claro que não podemos afirmar que uma é melhor que a outra, mas elas crescem mais e dão mais oportunidade de ampliar o patrimônio”, argumenta.

 

Confira nesta reportagem os prós e contras de investir em Small Caps e quais as melhores estratégias e oportunidades para os próximos meses.

 

Mas o que são small caps?

 

As Small Caps são as ações de empresas de menor capitalização na Bolsa de Valores, isto é, com menor valor de mercado e menor liquidez. As Small Caps são empresas de menor valor de capitalização de mercado, porém, não necessariamente têm potencial de crescimento alto.  Elas tendem a crescer mais rápido que Blue Chips (empresas de maior capitalização), no entanto, pode haver empresas que não têm potencial para alto crescimento devido ao setor em que estão inseridas.

 

“Em geral, as Small Caps são empresas menores, menos conhecidas e que tendem a entregar um bom crescimento no longo prazo”, explica a estrategista de ações da XP, Jennie Li.

Jennie Li, da XP

 

André Zonaro, responsável pela carteira de Small Caps da da Nord Research, explica que o termo vem de ‘pequenas capitalizações’, que são o valor que pode ser medido pelo preço da ação pela quantidade de ações que a empresa emitiu. Então, existem vários valores na Bolsa e as small caps têm um valor um pouco menor. “O Itaú é uma companhia muito consolidada, dificilmente quebra, é como um navio. Uma small cap é como uma lancha, um jet ski, é mais prazeroso ao longo do tempo”, compara.

 

Para Zonaro, o potencial de crescimento alto deste tipo de empresa nem sempre se aplica e  cita como exemplo o Banrisul, um banco do Rio Grande do Sul, conhecido por ter um potencial de bom pagamento de dividendos, mas que tem atuação regional e pouca vontade de expandir. “Pode ser uma empresa jovem, que era familiar e abre capital para crescer ou uma empresa de um segmento, que não tem tanto potencial de crescimento”.

 

Já o índice SMLL, da Bolsa B3, é um indicador de referência da carteira teórica dessas empresas de menor capitalização em que se acompanha o seu desempenho no dia, no mês e no ano e mede a oscilação de preços dessas companhias. A carteira teórica válida de setembro a dezembro tem 134 ativos de 132 empresas. Ele é muito mais pulverizado do que o Ibovespa, principal índice da B3.

 

Segundo Armstrong Hashimoto, sócio e operador de renda variável da Venice Investimentos, o Ibovespa tem uma diferenciação com o Índice Small Caps. “Quando a Bolsa cai, o Índice Small Caps tende a cair mais e quando o Ibovespa sobe o SMLL tende a subir mais, normalmente acontece isso, mas não é sempre assim; o SMLL tem uma elasticidade em relação ao Ibovespa maior; pode ter um momento mais favorável para as small caps, mas basicamente o ponto da liquidez é crucial”.

 

Para uma small caps participar do índice, ela precisa ter liquidez em Bolsa e ter 95% de negociação no pregão em um período de vigência das três carteiras anteriores. “Isso é um critério relevante para os investidores, principalmente os maiores e os estrangeiros, que precisam saber se eles têm facilidade de comprar e vender a sua posição caso seja necessário; se a ação não tiver liquidez, pode ser a melhor ação do mundo, mas um fundo de investimento não vai comprar”, enfatiza André Luzbel, head de renda variável da SVN Investimentos.

André Luzbel, head de renda variável da SVN Investimentos

 

O sócio e operador de renda variável da Venice Investimentos disse que o mercado olha com frequência o índice small caps, devido à menor liquidez. “O tamanho exclui um pouco os investidores maiores (fundo de investimentos, fundo estrangeiro, fundo de pensão) porque você não consegue comprar um volume grande sem puxar o preço do papel, na hora de vender não consegue sair e realizar sem machucar tanto o preço do papel, então sobra para cliente pessoa física que olha muito essas empresas”.

 

Já para o valor de mercado das small caps, há várias definições. Alguns analistas dizem que fica entre R$ 1 bilhão e R$ 10 bilhões e outros entre R$ 300 milhões e R$ 2 bilhões e o faturamento corresponde à faixa entre R$ 500 milhões e R$ 5 bilhões. O volume de negociação das small caps deve ficar abaixo de R$ 50 milhões por dia, mas existe uma métrica, um critério de avaliação, segundo os especialistas.

 

Embora as definições de small caps variem de acordo com as corretoras, é consenso de que o valor de mercado é menor que US$ 1 bilhão neste tipo de ação. “Nos mercados mais desenvolvidos, temos ainda a subdivisão por micro caps ou mesmo nano caps. O importante é pegar o conceito”, comenta o analista Suno Research, Rodrigo Wainberg.

 

 

Para Wainberg, é preciso diferenciar small cap de small companies. “Small caps não são empresas pequenas, quando medimos faturamento, por exemplo. Estamos falando de centenas de milhões de faturamento. Só o fato de estar listada na bolsa já indica se tratar de uma empresa de grande porte. Além disso, nem todas small caps tem grande potencial de valorização. Uma large cap pode se tornar small cap se as ações caírem o suficiente, como ocorreu com a oi, por exemplo. Então, dentro deste universo de small caps existem sim empresas promissoras e outras que estão passando por momentos mais difíceis, como alguma recuperação financeira”.

 

Rodrigo Wainberg, da Suno Research.

 

Na Nexgen Capital, por exemplo, os analistas trabalham com análise de até R$ 10 bilhões de valor de mercado, diz um dos sócios, Marcos Moreira. “O maior benefício de investir em uma small caps é o potencial de retorno no médio e no longo prazo”, diz. “Você está alocando recursos, comprando partes de uma pequena empresa, que tem alto potencial de retorno, alto potencial de se multiplicar por algumas vezes com o passar do tempo”, explicou Moreira.

 

E exemplificou: uma empresa com valor de mercado de R$ 5 bilhões que atua em um determinado setor, por exemplo, tem potencial de crescimento até o valor estimado da companhia líder deste mesmo segmento – R$100 ou R$200 milhões, conforme exemplo do especialista.

 

O chefe de pesquisas da Ativa Investimentos, Pedro Serra, também concorda que as small caps têm mesmo retorno latente. “Elas ainda estão em um ciclo de crescimento, visto que são empresas menos maduras. Claro que as empresas já estabelecidas crescem também, mas de forma menos acelerada”.

 

O analista Sergio Castro, do TradeMap, cita como exemplo a Embraer (EMBR3), que atua na área de fabricação de aeronaves. “Por ter uma demanda restrita, a empresa tende a apresentar dificuldade para crescer ou a crescer em ritmo mais lento que empresas de outros setores, como as do setor de tecnologia”, explica o analista.

 

Por fim, as Small Caps tendem a ser mais voláteis que empresas maduras, daí o maior potencial de valorização e de desvalorização. “Teoricamente, é mais fácil uma empresa com valor de mercado de R$ 2 bilhões passar para R$ 4 bilhões, do que uma de R$ 300 bilhões evoluir para R$ 600 bilhões.  Sendo assim, as Small Caps permitem maiores rentabilidades em prazos menores. Porém, é necessário que o analista/investidor inclua nos cálculos os riscos envolvidos, além de analisar os ambientes financeiro, político e econômico em que a empresa está inserida”, detalhou o analista da TradeMap.

 

Riscos no curto prazo

 

Apesar do potencial de crescimento que este segmento apresenta, muitos analistas  não veem o momento como uma boa hora para investir em empresas Small Caps, uma vez que o cenário macroeconômico, com juros e inflação elevados, atrapalha o crescimento. Além disso, uma possível recessão em 2023, pode arrefecer as atividades industriais e, consequentemente, reduzir o volume de vendas das empresas.

 

Na avaliação de André Luzbel, head de renda variável da SVN Investimentos, a boa performance da Petrobras, que é uma das empresas com maior valor de mercado da Bolsa, que subiu mais de 50% este ano, acabou puxando a Bolsa [está positiva no ano]; já as empresas menores – as small caps – não tiveram nenhuma com grande destaque que pudesse dar esse mesmo efeito, e caíram provocando a disparidade.

 

Luzbel avalia que as small caps sofrem mais oscilações e no momento negativo de mercado são as empresas que vão cair muito mais e, assim, o risco de investir está relacionado ao próprio negócio por ser uma empresa pequena. “É o fato de acontecer alguma coisa no setor dela como uma mudança de regulação, mercadológica. Geralmente as pessoas olham quanto elas podem ganhar e esquecem quanto podem perder no curto prazo, não é uma perda definitiva, mas é uma perda momentânea que pode acabar prejudicando”, explica.

 

Para Pedro Serra, chefe de pesquisas da Ativa Investimentos, por ser uma empresa que está no início do ciclo [de crescimento], existem mais ameaças que podem prejudicar uma small cap do que a uma empresa já estabelecida. “No caso de uma crise sistêmica – como a que tivemos na pandemia, por exemplo – começa a ter muita gente querendo vender. Vender Itaú, Ambev, é fácil. Mas, muitas vezes, no caso de small caps, tem muita gente querendo sair por uma porta muito pequena, o que acaba amassando o papel, pois o preço desaba”.

 

A baixa liquidez é um risco adicional com relação às small caps, o que traz bastante volatilidade a esses papéis. “Empresas pequenas negociam valores baixos, muito pequenos, se comparadas com as blue chips, como a Petrobras ou o Bradesco. Então, qualquer volume a mais de compra ou de venda, qualquer volume atípico, fora do que a empresa está acostumada a negociar todos os dias, pode causar uma volatilidade maior na cotação do ativo”, comenta Marcos Moreira, sócio da Nexgen Capital.

 

Rodrigo Wainberg, analista da Suno Research, acrescenta o risco de manipulação nos papéis de baixa liquidez para aumentar artificialmente o preço. Por isso, ele aconselha a ficar atento e não entrar nessas “dicas” de redes sociais. Já a médio e a longo prazo, o risco é o da empresa em si, ou seja, queda de receita, de margem, aumento do endividamento, de tributos, que reduzem o fluxo de caixa livre da empresa. “E claro, valuation. Mesmo a empresa desempenhando super bem, tudo tem um preço. Então pagar caro demais é um risco, por exemplo, quando temos múltiplos muito esticados, o que é mais comum nestes cases de crescimento”.

 

Oportunidades

 

Apesar dos riscos, ainda há oportunidade e bons investimentos de entrada por conta do valor atrativo de alguns bons ativos. Na carteira recomendada de small caps da XP estão ações com valor de mercado de até R$ 10 bilhões, como Iguatemi, Grupo Mateus, Orizon e Santos Brasil. “É preciso olhar caso a caso. Têm oportunidade, mas não é para sair investindo em qualquer small cap porque realmente os riscos são grandes”, avalia Jennie Li, da XP.

 

Na visão de Rodrigo Wainberg, da Suno Research, o principal benefício é o potencial maior de valorização de capital que esse tipo de ação oferece. “Quando pegamos empresas promissoras em um estágio ainda inicial de crescimento, podemos ter grandes ganhos de capital, o que o Peter Lynch apelidou de multi-baggers. Outro benefício é a diversificação. Small caps, em geral, são empresas de nicho. Então  o investidor consegue calibrar o risco da sua carteira de forma mais adequada, ao escolher quais segmentos se expor, quais riscos correr ou não. Já em grandes empresas, às vezes há muitos negócios dentro do mesmo grupo e não é possível fazer esta separação. Ou você compra tudo ou nada”.

 

Wainberg avalia que no momento atual é possível comprar ações de small caps melhores e mais baratas que em 2008. “Para saber se a empresa é boa, é bom avaliar o lucro, rentabilidade, existem muitas informações disponíveis, mas o investimento deve ser de longo prazo”, pontua, citando as ações da Petro Rio, Banco Inter, 3tentos, Panvel entre as recomendações.

 

Apesar do risco, as melhores oportunidades, segundo o head de renda variável da SVN Investimentos, estão em empresas exportadoras devido “ao cenário econômico atual” como Ferbasa, 3R Petroleum e Companhia Brasileira de Alumínio; empresas do setor bancário como Banrisul e Banco ABC e do setor de energia Coelce, Sanepar e Celesc.

 

Luzbel ainda comenta que quando um investidor busca uma small caps, ele olha o setor e “o mais importante é achar uma empresa redonda, que dá lucro, tem potencial de crescimento; a 3R e Vivara têm esses quesitos”.

 

A Vivara é a única no setor de varejo de joias. “Tem um mar enorme, um espaço absurdo para crescer”. Outras empresas que o investidor tem muito apreço são Petrorecôncavo e Cyrela, já o Banco Inter divide opiniões. “A Cyrela, apesar de estar em um setor conturbado, tem muito caixa, é bem gerida, tem histórico de gestão de longo prazo e paga bons dividendos”. Não são todas as small caps que pagam dividendos.

 

Em um cenário de juros baixos e uma economia mais expansionista, as small caps são beneficiadas “porque existe uma expectativa de que pode receber aporte de novos investidores, como empresas startups, por exemplo”, comenta o sócio e operador de renda variável da Venice Investimentos.

 

Apesar de a Ativa não fazer cobertura de muitas small caps, o chefe de pesquisas da corretora, Pedro Serra, dá algumas indicações: “A gente gosta dos domésticos, de um modo geral: Arezzo, Yduqs, Locaweb, Totvs, Rede D’Or”. E explicou o motivo de ter lembrado da Arezzo primeiro: “eles têm marca forte, vantagens competitivas e uma avenida de crescimento pela frente”, concluiu.

 

A TradeMap apontou a Wiz Soluções, empresa no ramo de seguros, e a Boa Safra Sementes, que triplicou a receita de 2018 para 2021.  “Geralmente, os investimentos com maior potencial de valorização ocorrem nos momentos adversos, que possuem maiores riscos. Portanto, uma empresa com bons fundamentos que está sendo precificada apenas pelo momento, pode ser uma boa para o investidor incluir no portfólio. Acredito que as melhores oportunidades estão em empresas inseridas em segmentos pouco penetrados, com alta escalabilidade e sem grandes players no mercado”, explicou o analista da TradeMap.

 

Como recomendação, a analista do Quantzed. cita a Taurus Armas, que tem um valor de mercado de R$ 2 bilhões, preço barato vs. os resultados, bom market share e endividamento controlado. Além da Taurus, ele também apontou empresas do setor elétrico, fintechs, seguradoras e construtoras e incorporadoras voltadas para a alta renda.

 

Como investir em Small Caps? 

 

Investir em ações de empresas que compõem o Índice Small Caps (SMLL) implica em saber como anda seu crescimento e sua saúde financeira, se vem evoluindo ao longo dos anos em relação ao seu faturamento e seu lucro. diz André Luzbel, head de renda variável da SVN Investimentos.

 

Mas, independentemente do tamanho, se é small cap ou large cap (blue chip-empresas com forte peso na Bolsa), o importante de ficar de olho no fundamento da empresa, o nicho que atua e se apresenta boas perspectivas, ressalta Armstrong Hashimoto, sócio e operador de renda variável da Venice Investimentos

 

“Para um investidor mais arrojado, o segmento de small caps pode se encaixar mais porque tende a oscilar mais que as demais empresas, tende a ter volatilidade um pouco maior na maioria das vezes”, completa Hashimoto.

 

 

André Zonaro, da Nord Research, avalia que qualquer investidor que está acostumado com ações pode investir em small caps e a melhor estratégia é investir em empresas de crescimento e que seja um investimento de longo prazo. “Se o objetivo é acumular patrimônio, é melhor investir em empresas que têm potencial de crescimento. Também é possível investir em ativos que estão com preço menor do que valem”, avalia Zonaro. “O período mínimo é três anos, menos que isso é ruim, tem empresas que estão fazendo planos para 2025, menos que isso pode deixar o potencial de retorno na mesa”.

 

O especialista em small caps também ressalta a importância de acompanhar os resultados trimestrais das empresas e avaliar se a alocação está correta. “Em 2022, dos 10 piores meses do índice desde 2008, dois aconteceram esse ano; as small caps desvalorizaram mais que o Ibovespa. Para o investidor que está acostumado a investir nesse tipo de empresa, vale comprar ações de empresas que ele gosta, pois estará num preço mais baixo e ele vai ganhar quando ela valorizar”.

 

A dica de Marcos Moreira, sócio da Nexgen Capital, é buscar empresas com valuation atraente, baratas e descontadas quando comparadas a seus pares de atuação. “Quando fazemos valuation hoje, basicamente estamos descontando toda capacidade de geração de caixa que essa empresa tem no futuro e trazendo para o presente. O valor da maioria dessas empresas está na expectativa que o mercado tem que venham a crescer e dar muito lucro no futuro”, explica. “É importante analisar os fundamentos dessas empresas e comparar com as empresas que estão negociadas, com os pares que são negociadas na bolsa, e que atuam no mesmo setor.”

 

“O benefício de investir em Small Caps é sua liquidez baixa, ou seja, há pouco demanda por essas ações e isso pode deixar os preços das ações mais baratas, o que é uma boa opção para o investidor, que pode pagar pouco por uma ação que, mesmo não aparentando, pode ter um grande potencial”, ponderou o analista da Quantzed, Vitorio Galindo.

 

O analista da Quantzed salientou que os grandes ganhos em empresas Small Caps, na sua maioria, são com companhias que crescem e acabam virando uma Blue Chip, aumentando o tamanho operacional, ganhando mais liquidez e valor de mercado. Um exemplo disso é a PetroRio, que iniciou como uma Small Caps e hoje se tornou uma Blue Chip.

 

“É preciso fazer uma análise de 360 graus da situação da companhia antes de investir, independentemente de ser uma Small Caps ou uma Blue Chip, ou seja, estudar os riscos, as perspectivas, compreendendo o setor, vendo o endividamento, os dividendos, resultados e crescimento”, acrescentou Galindo.

 

O analista da TradeMap lembrou que, no médio e longo prazo, uma Small Caps bem analisada, com bons fundamentos, tende a trazer retornos para o acionista. “A ideia é que empresas de crescimento, como é o caso de algumas Small Caps, não gerem lucros no início devido ao alto investimento.  Estes lucros são esperados no médio e longo prazo, períodos em que a estratégia de investir em Small Caps pode ser mais bem-sucedida”, detalhou o analista.

 

Para o chefe de pesquisas da Ativa Investimentos, Pedro Serra, é essencial se certificar de parâmetros mínimos de liquidez a serem seguidos. “Empresas que negociem ao menos R$2 ou R$3 milhões por dia. A liquidez também é importante, não só a capitalização”.

 

Outra estratégia para reduzir os riscos é ter uma carteira diversificada e não alocar todos os recursos em small caps. “Um investidor coloca no patrimônio dele 5% de small ou 10%, se ele errar vai perder isso e recupera nos outros ativos que ele tem, mas se acertar e essas ações multiplicarem por cinco vezes num período longo, o que é cinco vai virar 25 do capital e o que é 10, 50. É um upside [potencial de alta que um ativo possui] muito relevante, mas tem que ter cuidado, e a gente vai estar errado em algum momento e não vai sofrer tanto, por isso tem que ser a cereja do bolo”, enfatiza.

 

Sergio Castro, da TradeMap, também considera fundamental que o investidor nunca coloque todos os ovos em uma única cesta e cita que pode ser uma boa alternativa alocar em um ETF de Small Caps. “Se o investidor for iniciante e quiser se aventurar em Small Caps, é importante que o montante alocado seja suficiente tanto para trazer bons retornos quanto para que o investidor durma sem preocupações, dada a volatilidade dos papéis”, avaliou o analista.

Cynara Escobar, Camila Brunelli, Emerson Lopes e Soraia Budaibes / Agência CMA.