Mais de 156 milhões de brasileiros estão aptos a votar domingo; presidente pode ser eleito no 1º turno

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Brasília, 30 de setembro de 2022 – Exatos 156.454.011 brasileiros podem ir às urnas no próximo domingo para escolher de presidente da República a deputado federal, passando por governador, senador e deputado estadual ou distrital. Nesta eleição, a disputa pelo principal cargo do país é marcada pela polarização entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

 

Segundo as pesquisas de intenção de voto divulgadas nesta semana, não está descartada a possibilidade de que o próximo presidente seja conhecido no primeiro turno do pleito. Mas o cenário, neste momento, ainda é nebuloso.

 

Pela pesquisa Ipec da última segunda-feira, Lula teria 52% dos votos válidos, contra 34% de Bolsonaro, indicando a vitória do petista no primeiro turno. Encomendada pela TV Globo, a pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-01640/2022.

 

A pesquisa Datafolha divulgada ontem mostra Lula com 50% dos votos válidos e Bolsonaro com 36%, sinalizando um cenário eleitoral indefinido em relação ao primeiro turno. Encomendada pela TV Globo e pela Folha de S.Paulo, a pesquisa foi registrada no TSE sob o número BR-09479/2022.

 

A margem de erro das duas pesquisas é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Votos válidos (excluídos brancos e nulos) são o critério previsto na legislação eleitoral para definição dos eleitos.

 

SEGURANÇA DO VOTO

 

O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, em diversas reuniões, nesta semana, reiterou a crença em eleições “limpas, seguras, ordeiras e transparentes”.

 

“A Justiça Eleitoral garantirá que o exercício da democracia seja realizado de maneira segura, transparente e confiável”, afirmou o ministro durante encontro com observadores internacionais. Mais de 500 observadores e convidados do TSE vão monitorar a votação e a apuração no país.

 

Para garantir a segurança do voto, o TSE restringiu o uso de celulares e o porte de armas de fogo. Os eleitores terão de deixar os celulares com os mesários antes de entrar na cabine de votação. A vedação vale também para outros equipamentos de gravação ou transmissão.

 

Em relação às armas de fogo, o porte é proibido nas seções eleitorais e no perímetro de 100 metros ao redor desses locais não só no dia da votação, mas nas 48 horas anteriores e nas 24 horas posteriores. “Armas e votação não combinam”, afirmou Moraes.

 

O Tribunal também proibiu o transporte de armas e munições, em todo o território nacional, por parte de colecionadores, atiradores e caçadores no dia das eleições, nas 24 horas que antecedem o pleito e nas 24 horas que o sucedem.

 

HORÁRIO DE BRASÍLIA

 

Umas das novidades nestas eleições é a unificação do horário de votação. Ou seja, todos os estados seguirão o horário oficial de Brasília, independentemente de ter fuso diferente. Sendo assim, os municípios com fusos diferentes vão se adequar ao horário da capital federal.

 

A medida atinge todos os municípios do Acre, de Mato Grosso, de Mato Grosso do Sul, de Rondônia e de Roraima. No Amazonas, são 62 municípios que se dividem em dois fusos diferentes. Em Pernambuco, o distrito de Fernando de Noronha também precisará se adaptar ao horário diferenciado.

 

Com a unificação do horário, a expectativa é que por volta das 19h de domingo já seja conhecido o resultado do primeiro turno da eleição presidencial. A medida não vale para os brasileiros que votam no exterior – um total de 697.078 eleitores, distribuídos em 181 localidades. No exterior, vale o fuso de cada país, das 8h às 17h.

 

No território nacional, o eleitorado está distribuído em 5.570 cidades, incluindo Brasília e Fernando de Noronha, com 496.512 seções eleitorais. Nestas eleições serão utilizadas 577 mil urnas eletrônicas. O estado de São Paulo é o maior colégio eleitoral brasileiro, com 22,16% do total de eleitores. Ou seja, a cada cinco votantes, um reside em São Paulo.

 

Para atender os eleitores brasileiros, foi mobilizado um contingente de 1,8 milhão de mesários, além de 2.600 juízes eleitorais, 2.600 promotores eleitorais e 22 mil servidores da Justiça Eleitoral. As Forças Armadas vão atuar em 568 localidades de 11 estados, conforme autorização aprovada pelo TSE.

 

Além do presidente da República, serão escolhidos os governadores dos 26 estados e do Distrito Federal, 27 senadores, 513 deputados federais e deputados estaduais e distritais. Neste ano, a Justiça Eleitoral recebeu 29.261 pedidos de registro de candidaturas, sendo que 27.174 foram deferidos e 2.087 indeferidos.

 

Luiza Damé / Agência CMA