São Paulo – O consumo de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN) teve alta de 3,0% em agosto, na comparação com o mesmo mês do ano passado, para 42.097 gigawatts por hora (GWh), informou a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que disse que a classe comercial continuou liderando a expansão, acompanhada pela alta das classes industrial e residencial.
No acumulado em 12 meses o consumo nacional registrou 507.074 GWh, alta de 1,4% em comparação ao período imediatamente anterior.
A classe Industrial registrou, em agosto de 2022, o maior consumo mensal de eletricidade desde setembro de 2013, anotando 15.884 GWh, expansão de 2,9%, em relação a agosto de 2021.
Todas as regiões geográficas elevaram seu consumo industrial no período, alavancados pela cadeia do alumínio primário, Norte (+10,4%) e Nordeste (+8,4%) se destacaram, seguidos por Centro-Oeste (+2,9%), Sul (+1,3%) e Sudeste (+0,9%).
Quanto aos segmentos da indústria, a elevação no consumo foi disseminada, com oito dos dez ramos mais eletrointensivos apresentando alta. Metalurgia (+219 GWh; +6,0%) liderou no período, com alta no consumo de eletricidade puxada pela cadeia do alumínio primário.
Destaque para a elevação no consumo pela entrada em operação de nova caldeira elétrica em uma grande unidade produtora no Pará, e a retomada da produção no final de abril em outra grande unidade no Maranhão, paralisada desde 2015. Por outro lado, a queda na produção siderúrgica do País atenuou a alta em metalurgia.
Também se destacaram no período produtos alimentícios (+93 GWh; +4,7%), produtos químicos (+68 GWh; +4,2%) e produtos de borracha e material plástico (+59 GWh; +7,0%). Já produtos minerais não-metálicos (-35 GWh; -2,8%) e produtos têxteis (-28 GWh; -4,7%), foram os únicos, entre os mais eletrointensivos, com retração no consumo de eletricidade.
O consumo de energia elétrica da classe comercial cresceu 6,7% em agosto, em relação a agosto de 2021, atingindo 7.303 GWh. O comportamento positivo do setor de serviços do País continua influenciando a alta do consumo de eletricidade da classe. De acordo com os últimos dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS/IBGE), o setor de serviços variou 6,3% em julho desse ano, em comparação ao mesmo mês de 2021.
O setor de transportes, serviços prestados às famílias, profissionais, administrativos e complementares e informação e comunicação podem ter impactado de forma mais relevante o crescimento do consumo. A base baixa de comparação em agosto de 2021, devido a algumas medidas de restrição de circulação de pessoas por conta da pandemia de COVID-19, também foi um fator que pode ter contribuído para o resultado do consumo. Todas as regiões do País anotaram taxas positivas de consumo da classe em agosto.
A região Sudeste (+9,3%) lidera o crescimento, seguida pelo Centro-Oeste (+8,9%), Sul (+6,6%), Nordeste (+0,8%) e Norte (+0,7%). Os Estados que apresentaram as maiores taxas de consumo foram: Roraima (+18,5%), Goiás (+16,3%), Mato Grosso do Sul (+15,9%), Minas Gerais (+11,7%) e São Paulo (+11,5%). Enquanto isso, Amazonas (-12,9%), Maranhão (-9,4%), Amapá (-5,1%), Rio Grande do Norte (-4,8%), Ceará (-3,6%), Paraíba (-1,7%), Piauí (-0,8%) foram os estados que apresentaram taxas negativas de consumo.
O consumo de eletricidade nas residências (+2,1%) também cresceu em agosto, em relação ao mesmo mês do ano anterior, chegando a 12.088 GWh. A elevação da massa de rendimentos em função da queda do desemprego e o aumento dos benefícios sociais do governo podem ter contribuído para o aumento do consumo das residências no mês.
Além disso, em função de condições hídricas favoráveis, a bandeira tarifária verde, mais baixa em relação à vermelha (vigente no mesmo mês de 2021), pode ter favorecido o incremento no consumo.
Somente o Sul (-1,7%) registrou queda no consumo de energia elétrica da classe em agosto, onde temperaturas mais baixas e chuvas acima da média podem ter contribuído para o fato. As regiões Norte (+9,5%), Centro-Oeste (+8,2%), Sudeste (+1,6%) e Nordeste (+1,2%) tiveram aumento do consumo.
Quanto ao ambiente de contratação, o mercado livre apresentou alta de 6,7% no consumo do mês, enquanto o consumo cativo das distribuidoras de energia elétrica subiu 0,5%.