Brasília – O partido do presidente Jair Bolsonaro, foi o principal vencedor na eleição para a Câmara dos Deputados. O PL elegeu 99 deputados federais, entre eles, ex-ministros do atual governo, como Eduardo Pazuello (Saúde), o mais votado no Rio de Janeiro, e Ricardo Salles (Meio Ambiente), eleito por São Paulo.
Com uma bancada de 76 deputados, boa parte conquistada na janela partidária de março passado, o PL ganhou ontem 23 novos parlamentares. Se reeleito, Bolsonaro não terá no próximo mandato defensores fieis como os deputados Bibo Nunes (PL-RS), Nelson Barbudo (PL-MT) e Coronel Tadeu (PL-SP), que não foram reeleitos.
A bancada da federação PT, PCdoB e PV conquistou mais doze deputados e vai passar dos atuais 68 para 80 parlamentares, sendo 68 do PT, seis do PCdoB e seis do PV.
FUSÃO DE PARTIDOS
Os números das eleições ainda estão sendo analisados, mas líderes partidários já articulam a próxima legislatura no Congresso Nacional, a partir de 1º de fevereiro de 2023. Nos bastidores, vem sendo alinhavada uma fusão entre o União Brasil – criado a partir da união do DEM e do PSL – e o PP.
Principais nomes do PP, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, estão à frente das conversas com o União Brasil.
O União Brasil saiu das urnas com 59 deputados federais – oito a mais do que a bancada atual, mas ainda menor do que os 80 parlamentares que chegou a reunir no ano passado quando foi aprovada a fusão do DEM e do PSL. Já o PP foi um dos partidos que se desidratou neste pleito: caiu de 58 deputados para 47 eleitos.
Unidos, as legendas somariam 106 parlamentares e superariam o PL e a federação PT, PCdoB e PV. A fusão permitiria inclusive eventuais migrações para outras legendas sem perda do mandato.
Dois partidos terão, no próximo ano, bancadas com 42 deputados federais: MDB e PSD. Em seguida vem o Republicanos, com 41 parlamentares. Até o momento, a federação PSDB/Cidadania está com 18 deputados, o PDT, 17, a federação Rede/PSol, 14, o PSB, 14 e o Podemos, 12. Outros sete partidos somam 28 deputados.
BANCADA FEMININA
Segundo levantamento da Agência Câmara de Notícias, a bancada feminina terá 91 deputadas a partir do ano que vem, o que representa 17,7% das cadeiras, superando o total de eleitas em 2018 – 77 mulheres. Hoje a representação é de 15% da Casa, que tem 513 parlamentares.
Candidatas mulheres foram as mais votadas em oito estados e no Distrito Federal: Bia Kicis (PL-DF), Daniela do Waguinho (União-RJ), Caroline de Toni (PL-SC), Natália Bonavides (PT-RN), Yandra de André (União-SE), Silvye Alves (União-GO), Alessandra Haber (MDB-PA), Socorro Neri (PP-AC) e Detinha (PL-MA).
O PL e a federação do PT, PCdoB e PV são as siglas que elegeram mais mulheres para a Câmara dos Deputados. Na próxima legislatura serão 21 deputadas de federação e 17 do PL. Pela pela primeira vez na história, a Câmara terá duas deputadas trans: Erika Hilton (Psol-SP) e Duda Salabert (PDT-MG).