WSA: Demanda global de aço deve cair em 2022 e crescer em 2023

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São Paulo, SP – A Associação Mundial do Aço (WSA, na sigla em inglês), entidade que reúne empresas dos 64 maiores produtores globais de aço, divulgou ontem (19) um relatório sobre as perspectivas para o setor neste ano e em 2023.

A previsão é que a demanda por aço deve encolher 2,3% em 2022, atingindo 1,7 bilhão de toneladas, após um crescimento de 2,8% em 2021. A demanda por aço em 2023 terá uma
recuperação de 1%, e atingirá um total de 1,8 bilhão de toneladas.

O número atual representa uma revisão para baixo em relação à previsão anterior, refletindo a repercussão da inflação alta e do aumento global das taxas de juros. “A alta inflação, o aperto monetário e a desaceleração da China contribuíram para um 2022 difícil, mas a demanda por infraestrutura deve aumentar ligeiramente a demanda por aço em 2023”, explicou o relatório.

Para Máximo Vedoya, presidente do Comitê de Economia da WSA, os altos preços da energia, o aumento das taxas de juros e a queda da confiança levaram a uma desaceleração nas atividades dos setores que utilizam o aço. Como resultado, a previsão atual para o crescimento da demanda global por aço foi revisada para baixo em comparação com a anterior.

“A perspectiva para 2023 depende do impacto do aperto das políticas monetárias e da capacidade dos bancos centrais de ancorar as expectativas de inflação. Particularmente, as perspectivas da União Europeia estão sujeitas a mais riscos de queda devido à alta inflação e à crise de energia que foram exacerbadas pela guerra Rússia-Ucrânia”, ponderou Vedoya.

O relatório da WSA lembrou ainda que muitas economias em desenvolvimento, especialmente as importadoras de energia, estão passando por processos inflacionários mais agudos e ciclos de aperto monetário que começaram antes das economias desenvolvidas.

O setor de construção é afetado pela alta inflação, seja diretamente por meio de altas taxas de juros e custos de materiais, ou pela redução do espaço orçamentário do governo para projetos de infraestrutura devido aos gastos com medidas de alívio da inflação. Ainda assim, as economias asiáticas em desenvolvimento de rápido crescimento, como a Índia e a Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), manterão um alto crescimento, sustentado pela força estrutural da economia doméstica.

Sobre as américas, o WSA afirmou que os países da América do Sul e Central terão uma grande desaceleração na demanda de aço, uma vez que a região enfrenta desafios de um ambiente de alta inflação. Além da alta inflação e do aumento das taxas de juros no mercado interno, o aperto monetário dos Estados Unidos colocará pressão adicional sobre os mercados financeiros.

“Após uma recuperação excepcional em 2021, a demanda por aço em muitos países da América do Sul e Central sofrerá uma contração em 2022, com significativa redução de estoques e desaceleração da construção”, explicou a WSA.