XP espera resultados fracos para o setor de Varejo diante de renda pressionada

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São Paulo – A XP Investimentos espera um trimestre fraco para o setor, diante da renda disponível ainda pressionada. Para os especialistas, os destaques positivos devem ser as varejistas de alta renda, enquanto as varejistas alimentares e farmácias devem permanecer como as mais resilientes, apesar do crescimento orgânico desacelerar frente ao último trimestre.

Quanto aos destaques negativos, o e-commerce deve permanecer com o crescimento de receita pressionado, enquanto as varejistas de moda de média e baixa renda devem ser impactadas pelo clima, cenário macro e níveis de inadimplência elevados. A XP vê cenário desafiador a Petz e Natura&Co, apesar de uma melhora versus o 2T22.

“Analisando os diferentes segmentos, esperamos resultados mistos para os nomes de consumo discricionário, com destaque novamente para as varejistas de alta renda, apesar de algumas já começarem a reportar desaceleração do crescimento por conta da base de comparação normalizada, diz análise. “Quanto às varejistas de média e baixa renda, esperamos um crescimento de receita pressionado pela antecipação da demanda de inverno no 2T, pela primavera atrasada e pelo impacto do cenário macro em outras categorias (casa e decoração e fashiontronics), enquanto as margens devem cair por conta da menor alavancagem operacional.”

A expectativa é de sólido crescimento da receita para o varejo alimentar apesar de uma desaceleração do indicador de vendas mesmas lojas (SSS) por conta da deflação. Esperamos que o atacarejo continue sendo o destaque, com forte SSS e crescimento de receita, enquanto as operações de varejo devem reportar uma melhora de SSS diante de uma base mais normalizada. Quanto à rentabilidade, esperamos uma pressão de margem por conta da forte expansão (atacarejo) e um cenário macro desafiador para o varejo.”

Já para o e-commerce, a estimativa é de crescimento pressionado e queima de caixa.Esperamos que o varejo físico continue a se recuperar, enquanto o online deve continuar desacelerando por conta do cenário macro, base de comparação difícil e normalização do mix de canais, diz análise. “Não esperamos recuperações de margem significativas, dado que o baixo crescimento limita a alavancagem operacional, contribuindo para a continuidade dos prejuízos e queima de caixa.”

Por fim, as farmácias devem continuar reportando resultados sólidos, mas em desaceleração, diante da forte sazonalidade do 2T por conta do reajuste de preços. “Quanto à rentabilidade, no entanto, enxergamos margens estáveis ou ligeiramente melhores, por conta da alavancagem operacional e ganhos de eficiência, que são parcialmente compensados por investimentos estratégicos”, conclui o relatório.