Bolsa fecha em alta amparada pelas blue chips e efeito eleições; dólar cai

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A Bolsa fecha em alta, na marca dos 117 mil pontos, sustentada pelas blue chips-papéis de maior peso no índice, como Petrobras, Vale e bancos, e em mais uma sessão se descorrelacionou das bolsas em Nova York.

A alta das estatais como Petrobras (PETR3 e PETR4) e Branco do Brasil (BBAS3) – subiram respectivamente 2,68% e 2,96%; 4,68% refletiram as pesquisas eleitorais com o avanço do candidato à reeleição Jair Bolsonaro. A Vale (VALE3) subiu 1,25% e os bancos avançaram mais de 1%.

Na ponta negativa, o destaque ficou para as varejistas com expectativa de balanços mais fracos. A queda das Americanas (AMER3), perdeu 13,77%, pode ser atribuído a rumores de que a empresa está estudando uma captação.

O principal índice da B3 subiu 0,77%, aos 117.171,11 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em dezembro avançou 0,67%, aos 119.050 pontos. O giro financeiro foi de R$ 36,6 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam queda.

Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos, comentou que a Bolsa opera em alta sustentada pelos papéis da Petrobras e empresas ligadas ao minério de ferro.

“O petróleo puxa as petrolíferas e as empresas de siderurgia e mineração se recuperam com expectativa de um alívio no lockdown na China, os bancos melhoram o desempenho e as elétricas se recuperam mas, apesar disso, as empresas ligadas à economia doméstica como varejo e-commerce, construção, mobilidade, que dependem dos juros estão recuando em meio à expectativa de resultados mais fracos e comentários de candidatos à presidência sobre aumento de salário e corte de impostos que voltaram a acender o fiscal impactando essas empresas”.

Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora disse que a Bolsa está sendo puxada pelas estatais, Petrobras e Banco do Brasil, e com o exterior performando melhor.

“As pesquisas eleitorais estão impactando positivamente e o mercado tem uma análise da política econômica que o Paulo Guedes [ministro da Economia] segue de intervir menos nas estatais e de não lotear cargos de forma política.” As ações da petroleira também são beneficiadas pela alta do petróleo.

Na pesquisa Datafolha divulga ontem para o segundo turno mostrou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está a frente com 49% nas intenções de voto, mas o atual mandatário Jair Bolsonaro diminuiu a diferença com o adversário e tem 45%.

A Guide Investimentos mostrou, em relatório, que a melhora do desempenho do presidente Jair Bolsonaro nas pesquisas eleitorais recentes beneficia a chamada “cesta Bolsonaro”- empresas estatais.

Já a “cesta Lula-empresas ligadas ao varejo, educação e construção-, está sendo mais afetada. No entanto, o documento também aponta que “a diferença nas performances não se deve só às eleições”.

O petróleo tem subido nos últimos dias e impactado positivamente a Petrobras, um dos nomes da “cesta Bolsonaro”. E a MRV (MRVE) divulgou números fracos de vendas no 3T22 afetando o setor de construção que faz parte das empresas que compõe essa “cesta Lula”.

Velloni disse que a Bolsa está tentado os 117 mil pontos “Pode superar, mas pode voltar, tudo vai depender das questões internas”.

O dólar comercial fechou em queda de 1,08%, cotado a R$ 5,2180. A moeda norte-americana caiu durante toda a sessão, impactada majoritariamente por fatores domésticos, em especial a disputa eleitoral brasileira, que aponta um crescimento de Jair Bolsonaro (PL) que, de acordo com as pesquisas de intenção de voto, subiu nos últimos dias.

Segundo o sócio da Top Gain Leonardo Santana, “lá fora o dólar está quase estável e aqui continuamos em queda. A faixa justa atual é entre R$ 5,20 e R$ 5,30, até as eleições. Os investidores estrangeiros estão vendidos em câmbio, e a cautela segue até a definição de quem será o próximo presidente”.

Para o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, “o mercado está reagindo a fatores internos, com as pesquisas migrando para um empate técnico”.

Borsoi também entende que, no caso de hoje, o leilão do Banco Central (BC) ajuda a aliviar o câmbio, ação que tem efeito apenas de curto prazo. As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecharam mistas, próximas ao zero. Este movimento é explicado pelo ambiente de cautela com a aproximação das eleições brasileiras.

O DI para janeiro de 2023 tinha taxa de 13,682% de 13,682% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2024 projetava taxa de 12,860%, de 12,870%, o DI para janeiro de 2025 ia a 11,710%, de 11,695% antes, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 11,560% de 11,555%, na mesma comparação.

No mercado internacional, os principais índices de ações dos Estados Unidos fecharam a sessão em campo negativo, após oscilarem ao longo do pregão, à medida que os balanços corporativos do terceiro trimestre continuam a serem divulgados em um cenário de persistentes preocupações de crescimento econômico em Wall Street.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: -0,30%, 30.333,59 pontos
Nasdaq Composto: -0,62%, 10.614,8 pontos
S&P 500: -0,79%, 3.665,78 pontos

 

Com Paulo Holland e Darlan de Azevedo / Agência CMA