Bolsa tem semana positiva e fecha em alta pelo quinto dia seguido com commodities e Fed mais dovish, dólar cai

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São Paulo- A Bolsa fechou em alta pelo quinto dia consecutivo, no patamar dos 119 mil pontos, impulsionada pelas commodities, como Petrobras e Vale, ações de forte peso no índice, pesquisas de intenção de voto sinalizando a melhora do desempenho do candidato Jair Bolsonaro e com o mercado apostando em uma diminuição do ritmo de alta nos juros nos Estados Unidos. Na semana, a alta foi de 7,01%.

As ações da Petrobras (PETR3 e PETR4 subiram 3,40% e 3,42%, a R$ 41,56 e R$ 37,72. A Vale (VALE3) avançou 2,92%, a R$ 74,13.

O principal índice da B3 subiu 2,35%, aos 119.928,79 pontos. A máxima no interdiário atingiu 120.751,55 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em dezembro avançou 2,83%, aos 122.325 pontos. O giro financeiro foi de R$ 39,8 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam em alta.

Caio Henrique Soares Rodrigues, head de renda variável da Rio Negro Investimentos, disse que o Ibovespa sobe forte puxado por Petrobras e Vale, além das últimas pesquisas eleitorais que animam o mercado de forma geral.

“A carta da Cosan hoje dando esclarecimentos sobre a aquisição de parte da Vale também reflete no papel. Todo esse conjunto macro e os bons resultados das empresas americanas faz com que o mercado passa a precificar um aperto monetário menos intenso”.

Acilio Marinello, coordenador do MBA de Digital Banking da Trevisan Escola de Negócios, disse a Bolsa sobe refletindo a alta das ações das estatais, principalmente a Petrobras, “puxada pelo aumento da cotação barril do petróleo e outro ponto que tem gerado elevações recentes do Ibovespa é o fator político, a aproximação do Bolsonaro com Lula”

Marinello explicou que independente de quem for de fato presidente eleito traz certa tranquilidade. “Se for Bolsonaro já tem o Congresso eleito a seu favor e caso seja Lula, por não ter Congresso ao seu lado não terá possibilidade de ter políticas mais agressivas”.

Segundo Nicolas Farto, especialista em renda variável da Renova Invest, vários elementos contribuem para a virada do índice.

“Nova York passou para o positivo depois de falas de diretores do Fed de que há uma preocupação com alta de juros, o que pode afetar as empresas e mercado de ações em geral, somado ao componente das estatais com a aproximação dos candidatos à presidência da República e seguindo a elevação do petróleo que puxa a Petrobras, além da valorização da Vale com a alta do minério de ferro”.

O dólar comercial fechou cotado a R$ 5,1480, com queda de 1,34%. A moeda chegou a subir no começo da sessão, mas o bom humor externo e, em segundo plano, o aparente avanço de Jair Bolsonaro (PL) nas pesquisas de intenção de voto derrubou a moeda estadunidense, que caiu 3,36% na semana.

Segundo o economista-chefe do Banco Alfa, Luis Otavio Leal, “alguns dados da economia americana e os resultados das empresas melhoraram o ambiente”.

“Quando estamos em um processo de elevação de juros, a economia fica ‘cinzenta’, não expande nem retrai. O mercado fica muito nervoso com qualquer número que possa mostrar recessão”, explica Leal.

Leal entende que os resultados da pesquisa ModalMais/Futura, que mostram Bolsonaro com 50,5% dos votos válidos e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 49,5%, apenas reforçam o movimento mundial.

Para o sócio fundador da Pronto! Invest, Vanei Nagem, “o cenário lá fora é muito positivo. Por aqui, o fluxo diminuiu, mas ainda é grande, além do fluxo de commodities”.

Nagem acredita que a diminuição da distância entre Bolsonaro e Lula anima os mercados, que veem nisso uma possibilidade de continuidade da política neoliberal, de privatizações. As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecharam mistas.

A sessão foi marcada pela cautela com as diretrizes fiscais que o próximo governo irá adotar.

O DI para janeiro de 2023 tinha taxa de 13,684 de 13,678% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2024 projetava taxa de 12,835%, de 12,865%, o DI para janeiro de 2025 ia a 11,680%, de 11,695% antes, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 11,520% de 11,545%, na mesma comparação.

Os principais índices do mercado de ações fecharam a sessão em campo positivo, encerrando com a melhor semana desde junho, à medida que Wall Street ponderou a possibilidade de os funcionários do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) aliviarem os aumentos agressivos dos juros mais cedo do que o previsto.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +2,47%, 31.082,56 pontos
Nasdaq 100: +2,31%, 10.859,7 pontos
S&P 500: +2,37%, 3.752,75 pontos