No pregão desta segunda-feira, as cinco empresas que mais tiveram desvalorização de suas ações na Nasdaq são da China. A Pinduoduo Inc. (plataforma de comércio eletrônico) é a que tem a maior perda, com 26,25%, seguido da Kanzhun Limited (empresa de recrutamento online), com 23,96%; 360 DigiTech (fabricante de acessórios eletrônicos para instrumentos musicais), com -23,6%; VNET Group (provedor de serviços de internet), com -20,51%; e Zai Lab Limited (empresa biofarmacêutica), com 20,41%. A Alibaba, uma das maiores plataformas de comércio eletrônico no mundo, cai -10,58%.
“As ações da segunda maior economia do mundo são ‘investíveis’ novamente”, disse Mark Schilsky, da mesa de operações de vendas da Bernstein.
A economia da China mostra sinais de desaceleração. Mesmo com o crescimento do PIB do terceiro trimestre de 2022 a 3,9%, ainda está aquém da meta do governo, que é de 5,5%. A balança comercial de setembro teve superávit de US$ 84,74 bilhões, mas foi inferior aos US$ 101,3 bilhões registrados em agosto.
“A China está lutando para restaurar a confiança entre os investidores. Xi Jinping, presidente da China, garantiu um terceiro mandato e empilhou o mais alto órgão decisório do país com leais. Isso segue a conclusão do 20º Congresso Nacional do Partido da China, onde foram anunciados os líderes que definirão as políticas econômicas e políticas do país para os próximos cinco anos”, disse Fawad Razaqzada, analista de mercado da Oanda.
“Os investidores também estão preocupados com o fato de que, como os partidários de Xi estão concentrados no topo do órgão decisório, existe a possibilidade de mais erros de política que podem causar sérios danos ao caminho futuro do crescimento. Xi terá muito mais a dizer sobre como as políticas futuras serão moldadas”, continua.
“Nossa visão é que a consolidação do poder de Xi corre o risco de minar o crescimento da produtividade, em vez de impulsioná-lo como esperado. Nesse caso, a liderança precisará corrigir o curso em algum momento se quiser retomar o rápido crescimento de recuperação da China. Mas o ambiente político que Xi criou dificultará essa mudança, afirma Julian Evans-Pritchard, economista sênior para a China da Capital Economics.
Além disso, o poder que Xi adquiriu pode conduzi-lo a um quarto mandato, daqui a cinco anos. “Xi pode estar planejando ficar para um quarto mandato. Quanto mais tempo ele permanecer no poder, especialmente sem um sucessor claro para o Partido apoiar, maior será o risco de instabilidade futura caso sua agenda política vacile ou sua saúde se deteriore”, conclui.