Eleitores voltam às urnas domingo para escolher presidente, em uma disputa acirrada

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Brasília – Os brasileiros voltam às urnas, no próximo domingo, para escolher o presidente da República, os governadores de 12 estados e os prefeitos de oito municípios. Conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 156.454.011 de eleitores estão aptos a votar no país e no exterior.

O segundo turno da eleição presidencial acirrou a polarização entre o presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição pelo PL, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT. A radicalização, que vem desde a pré-campanha eleitoral, inviabilizou a chamada terceira via ou via democrática.

Na reta final da eleição presidencial, Lula acabou angariando apoios mais expressivos do que Bolsonaro, incluindo a senadora Simone Tebet (MDB-MS), que concorreu ao Palácio do Planalto no primeiro turno, e dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e José Sarney. Tebet se integrou à campanha petista e viu incorporadas ao programa de Lula suas cinco propostas prioritárias.

Em uma ação para quebrar resistências, Lula anunciou, nos últimos dez dias, um manifesto aos evangélicos e uma carta compromisso. Na “Carta para o Brasil do Amanhã”, dividida em 13 pontos, além de promessas na área social, o petista se compromete com a responsabilidade fiscal.

Segundo colocado no primeiro turno da eleição presidencial, Bolsonaro recebeu o apoio do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), e dos governadores reeleitos de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), de Goiás, Ronaldo Caiado (União), e do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), entre outros.

Na reta final da campanha, Bolsonaro teve de apagar incêndios criados por ele próprio, como explicar a expressão “pintou um clima” dita em relação a meninas venezuelanas. Também foi obrigado a negar reiteradamente estudos do Ministério da Economia sobre a redução do salário mínimo e das aposentadorias e o fim da dedução dos gastos com saúde e educação do Imposto de Renda.

TRANSPORTE PÚBLICO

Em uma ação para reduzir a abstenção, que no primeiro turno foi de 20,91%, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou medidas para garantir o acesso dos eleitores aos locais de votação em todo o país. Com o aval do Supremo Tribunal Federal (STF), que liberou a oferta de transporte gratuito pelo poder público, todas as capitais e algumas cidades do interior terão passe livre nos ônibus no segundo turno.

O TSE proibiu o poder público de reduzir as linhas do sistema de transporte público no segundo turno e ainda autorizou os gestores públicos atenderem as regiões de difícil acesso. Para isso, poderão ser usados veículos públicos e ônibus escolar, mas estão vedadas a distinção de eleitores e a divulgação de propaganda política.

“O comparecimento e o voto de cada um dos eleitores e de cada uma das eleitoras repercutirão no nosso futuro, no futuro das nossas famílias, no futuro dos nosso pais, filhos e amigos e no futuro do nosso país”, afirmou o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, na última sessão da Corte Eleitoral antes do segundo turno.

Além do presidente da República, os eleitores vão definir os governadores de Alagoas, do Amazonas, da Bahia, do Espírito Santo, de Mato Grosso do Sul, da Paraíba, de Pernambuco, do Rio Grande do Sul, de Rondônia, de Santa Catarina, de São Paulo e de Sergipe. Confira os candidatos:

. Alagoas: Paulo Dantas (MDB) x Rodrigo Cunha (União)
. Amazonas: Wilson Lima (União) x Eduardo Braga (MDB)
. Bahia: Jerônimo Rodrigues (PT) x ACM Neto (União)
. Espírito Santo: Renato Casagrande (PSB) x Carlos Manato (PL)
. Mato Grosso do Sul: Capitão Contar (PRTB) x Eduardo Riedel (PSDB)
. Paraíba: João Azevêdo (PSB) x Pedro Cunha Lima (PSDB)
. Pernambuco: Marília Arraes (Solidariedade) x Raquel Lyra (PSDB)
. Rio Grande do Sul: Onyx Lorenzoni (PL) x Eduardo Leite (PSDB)
. Rondônia: Marcos Rocha (União) x Marcos Rogério (PL)
. Santa Catarina: Jorginho Mello (PL) x Décio Lima (PT)
. São Paulo: Tarcísio Freitas (Republicanos) x Fernando Haddad (PT)
. Sergipe: Rogério Carvalho (PT) x Fábio Mitidieri (PSD)

No próximo domingo, haverá eleições suplementares para escolha de prefeitos e vice-prefeitos em Cachoeirinha (RS), Canoinhas (SC), Cerro Grande (RS), Entre Rios do Sul (RS), Joaquim Nabuco (PE), Pesqueira (PE), Pinhalzinho (SP) e Vilhena (RO). Nesses municípios, as eleições foram convocadas, segundo TSE, porque os prefeitos eleitos em 2020 tiveram o mandato ou o registro cassados pela Justiça Eleitoral. Os novos eleitos vão administrar cada município pelos próximos dois anos.