Pagamento de dividendos foi feito de acordo com o mercado e liquidez, diz Petrobras

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São Paulo – A Petrobras disse que segue a mesma linha de outras grandes companhias de petróleo ao pagar dividendos trimestralmente, em resposta a questionamento feito por jornalistas sobre o pagamento de R$ 43,7 bilhões anunciado ontem relativo ao lucro do terceiro trimestre.

“O pagamento de dividendos não compromete a solidez financeira da companhia e isso sempre foi observado, então, não houve nada de diferente neste trimestre em relação a outros”, respondeu Rodrigo Araujo, Diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores, em entrevista a jornalistas na tarde desta quinta-feira.

A companhia disse que o resultado do terceiro trimestre deste ano foi o segundo melhor da companhia, perdendo apenas para o do intervalo anterior (2T22).

A companhia avalia o pagamento de juros em relação à sua geração de caixa e que atualmente está com uma condição financeira bastante sólida e confortável.

“O conjunto de resultados da Petrobras é bastante robusto, gera bastante valor aos acionistas e os devolve para a sociedade de forma bastante relevante”, finalizou Araújo.

A companhia também voltou a dizer que não pode antecipar o anúncio de reajustes nos preços de combustíveis, mesmo reconhecendo que as cotações no mercado internacional estão bastante elevadas, mas que sua política também considera as necessidades do mercado interno.

A Petrobras disse que está com foco na apresentação e aprovação do seu plano estratégico e que os projetos de energia eólica offshore estão em fase regulatória, e por isso, a companhia avalia o retorno ajustado ao risco para avaliar a entrada nesse segmento.

“A Petrobras não está nem atrasada nem adiantada no segmento de eólicas offshore, temos estudos em andamento com a Equinor e vamos avaliar investimentos de acordo com a nossas premissas de retorno alinhado ao risco”, disse Rafael Chaves, Diretor de Relacionamento Institucional e Sustentabilidade, na coletiva.

Além disso, o executivo disse que existem diversas iniciativas para reduzir a emissão de gases de efeito estufa e garantir a segurança energética do país.

A companhia disse que tem oito refinarias trabalhando com 87% de sua capacidade e que isso foi alcançado com investimento de mais US$ 1 bilhão em manutenção.

Ações despencam após após TCU pedir suspensão de pagamento de dividendos, diz analista

As ações da Petrobras fecharam em forte queda nesta sexta-feira, com investidores temerosos em relação ao futuro dos pagamentos de dividendos da companhia no governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva. Os papéis ordinários PETR3 e preferenciais PETR4 recuaram 5,46% e 5,60%, a R$ 31,63 e R$ 28,27, fazendo o Ibovespa subir menos do que podia, que fechou em alta de 1,26%, por conta do forte peso dos papéis.

Para Cassiano Konig, especialista em investimentos e sócio da GT Capital Investimentos, a queda de hoje foi motivada duras críticas do novo governo à aprovação, pelo conselho da companhia, do novo pagamento de dividendos e JCP de quase R$ 44 bilhões (R$ 3,34 por ação), anunciado pela empresa ontem, pois acredita que os recursos deveriam ficar no caixa da companhia para investimentos nas atividades dela, o que levou o Tribunal de Contas da União (TCU) a pedir a suspensão do pagamento dos dividendos.

“As ações vinham operando no positivo para uma queda de quase 6% alegando a sustentabilidade financeira da empresa. Por outro lado, a companhia informou que a distribuição faz parte das regras estipuladas pelo conselho. Além desse fator, contribuiu também para a queda do papel o fato de diversas casas como Goldman Sachs e Credit Suisse cortarem ou reduzirem as recomendações de compra para a companhia”, acrescentou o analista.