Ação da Alpargatas cai mais de 15% após balanço do 3T22; BBI corta preço-alvo mas mantém compra

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São Paulo, 4 de novembro de 2022 – A Alpargatas apresentou resultados no terceiro trimestre de 2022 (3T22) ligeiramente abaixo das expectativas em termos operacionais, segundo análise do Bradesco BBI. A ação registrou forte queda no pregão desta sexta-feira, de 15,36%, a R$ 18,89 no fechamento da sessão e foi o maior tombo do índice Ibovespa.

Segundo o BBI, no Brasil, o volume da companhia caiu 6%, em base de comparação anual, ligeiramente abaixo das expectativas, com crescimento de receita de 12% (em base proforma) impulsionado por aumentos de preços, parcialmente compensados pelo menor volume ano contra ano. A margem bruta do Brasil de 42,7% cresceu aproximadamente 1,2 ppt em base anual, impulsionada por aumentos de preços acima da inflação de custos.

No mercado internacional, o crescimento de volume de 15% também ficou ligeiramente abaixo das expectativas (-2 ppts ante a estimativa do BBI) principalmente devido a uma queda de 4% na China e de 62% nos EUA, enquanto a EMEA apresentou um crescimento anual de 17%. A margem bruta internacional de 60,5% caiu -9,1 ppts em relação ao 3T21, devido à desvalorização cambial do Euro e maiores custos de matérias-primas e industriais.

O EBITDA consolidado também ficou ligeiramente abaixo das expectativas e caiu 3% am base anual. O lucro líquido reportado de R$ 45 milhões ficou abaixo das expectativas em grande parte devido a impostos mais altos. A renda de capital ex-amortização da Rothy’s foi negativa em R$ 31 milhões.

Com isso, os analistas do Bradesco BBI avaliaram os resultados como fracos, apesar da pequena falha no nível operacional, destacando que os negócios da companhia no Brasil tiveram um bom desempenho, com recuperação das margens brutas, embora a queda de volume implique que a elasticidade de preços possa ter chegado ao seu limite, por enquanto.

O crescimento do volume de unidades de negócios internacionais foi positivo, embora parte desse crescimento de volume possa ser devido às vendas perdidas do último trimestre devido a problemas na cadeia de suprimentos.”Apesar da pressão inflacionária persistente sobre o preço/lucro, esperamos que os custos das matérias-primas, especialmente aqueles associados ao petróleo (butadieno e estireno), diminuam um pouco nos próximos trimestres, mas não vemos isso como um divisor de águas para a Alpargatas”, escreveram os analistas, em relatório.

Por outro lado, a reação dos volumes das unidades de negócio internacionais elemento chave da tese de investimento foi tranquilizadora, embora não um gatilho, dada a temporada de baixa desta unidade de negócios.”No geral, mantemos nossa classificação ‘outperform’ (equivalente à compra) com base no potencial de crescimento de longo prazo das Havaianas fora do Brasil, bem como na expansão da margem tanto no Brasil quanto nos negócios internacionais. No entanto, achamos que as ações carecem de catalisadores no curto prazo, principalmente com o estoque em ~23x PE (2023). Ajustamos nossas estimativas ligeiramente para baixo e cortamos o preço-alvo para 2023 para R$ 30 (de R$ 31)”, finalizaram.