Em um discurso na Câmara dos Comuns (o equivalente à Câmara dos Deputados) hoje, o ministro das Finanças do Reino Unido, Jeremy Hunt, anunciou plano de aumento de impostos e corte de gastos na ordem de 55 bilhões de libras, para cobrir um rombo fiscal e restaurar a credibilidade econômica do país para o mundo.
Entre os 55 bilhões de libras previstos para o plano fiscal, 30 bilhões virão do corte de gastos e 25 bilhões do aumento de impostos. Os cortes de impostos não financiados são tão arriscados quanto os gastos não financiados, disse Hunt. Ele prevê que a economia britânica regrida 1,4% em 2023, e crescerá 1,3% em 2024, e já considera que o país está em recessão.
Outra medida foi a redução no limite máximo de rendimentos anuais para a cobrança da maior alíquota de imposto de renda: das 150 mil libras por ano, quem ganha acima de 125 mil libras anuais já começa a pagar a alíquota de 45% de tributo.
Tais medidas vão dificultar a vida dos britânicos por um tempo, mas são necessárias para reduzir a inflação e facilitar o crescimento.
“Devemos continuar uma luta incansável para reduzir (a inflação), incluindo um compromisso sólido de reconstruir nossas finanças públicas”. Além disso, Hunt anunciou um aumento em 10% nas pensões, benefícios e no salário de subsistência.
Outra providência é a de aumentar os impostos dos lucros inesperados das empresas de energia, que agora pagarão 35% em tributos. Um imposto temporário sobre as empresas geradoras de energia será de 45%.
O plano fiscal do Reino Unido vem na esteira da subida constante da inflação, que ontem marcou 11,1% em outubro em base anual, a maior em 41 anos.