Fitch afirma nota de crédito global da Vale em BBB

629

São Paulo, SP – A agência de classificação de risco Fitch Ratings afirmou a nota de crédito em moedas estrangeira e local em BBB da Vale e o rating BBB das dívidas seniores sem garantias reais emitidas pela Vale Overseas Limited e pela Vale Canada Limited. Além disso, a Fitch afirmou o rating nacional de longo prazo AAA(bra) da Vale. A perspectiva de todos os ratings permanece estável.

“Os ratings da Vale refletem a sua posição de liderança em custo e escala global de produção, mas são limitados por sua produção concentrada em minério de ferro e sua exposição ao Brasil (BB-/Estável), que representa 90% de seu EBITDA”, disse a Fitch, em nota.

Segundo a agência, os ratings em moeda estrangeira não são limitados pelo Teto-país do Brasil, tendo em vista que o EBITDA gerado pelas operações do Atlântico Norte devem continuar cobrindo as despesas consolidadas com juros em moeda forte da empresa em cerca de 1,0 vez.

A Fitch espera que a Vale mantenha um perfil de baixa alavancagem e gerar forte fluxo de caixa, mesmo com a normalização dos preços.

A Vale Overseas Limited e a Vale Canada Limited são subsidiárias integrais da Vale e, devido ao forte vínculo legal, operacional e estratégico entre estas entidades e a Vale, seus títulos foram diretamente vinculados ao rating da mineradora..

O rating em moeda estrangeira da Vale não é limitado por um Teto-país. A Fitch estima que o EBITDA gerado pelas operações de níquel do Atlântico Norte continuará cobrindo as despesas
consolidadas com juros em moeda forte da empresa em, pelo menos, 1,0 vez. Portanto, de acordo com a metodologia Non-Financial Corporates Exceeding the Country Ceiling Rating Criteria da Fitch, o Teto-país aplicável é o do Canadá, disse a Fitch.

No entanto, tendo em vista o anúncio público da empresa de que pretende vender uma parte de seus negócios de metais básicos no Canadá, o Teto-país aplicável pode mudar do Canadá (AAA) para o Brasil (BB), porque o EBITDA gerado pela Divisão do Atlântico Norte pode não mais cobrir em 1,0 vez as despesas consolidadas com juros em moeda forte de forma sustentável. Neste caso, o rating da Vale seria limitado a três graus acima do Teto-país do Brasil, uma vez que a empresa deve manter caixa em moeda forte no exterior equivalente a 50% do EBITDA das exportações e linhas de crédito compromissadas superiores a 1,5 vez o seu serviço da dívida externa em moeda forte por, pelo menos, dois anos.

A Vale possui um Score de Relevância de Crédito Ambiental, Social e de Governança (ESG) 4 referente ao bem-estar dos funcionários, devido ao trabalho ainda necessário para melhorar o monitoramento e a descaracterização de suas barragens a montante. Até o final de 2022, a expectativa é de que ainda restem 18 projetos de descaracterização dos trinta identificados após o evento de Brumadinho. A Vale espera que nenhuma barragem esteja em estado crítico de emergência (nível 3) e que tenha eliminado 60% dessas barragens até 2025. Isto tem um impacto negativo no perfil de crédito e é relevante para os ratings, em conjunto com outros fatores, disse a Fitch.

As principais premissas da Fitch no cenário de rating da Vale incluem: preços médios de referência do minério de ferro de USD115/ton em 2022, USD85/ton em 2023 e USD75/ton em 2024 volumes de finos e pelotas de minério de ferro de 310 milhões de toneladas em 2022, 360 milhões de toneladas em 2023 e 400 milhões de toneladas em 2024; preços do cobre de USD8.700/ton em 2022, USD8.000/ton em 2023 e USD7.500/ton em 2024; investimentos de USD5,7 bilhões em 2022, USD6,0 bilhões em 2023 e USD6,5 bilhões em 2024; distribuição de dividendos de acordo com a política da Vale, de 30% do EBITDA, menos investimentos em manutenção. A previsão também inclui USD4 bilhões em dividendos especiais discricionários em 2023; ausência de aquisições financiadas por dívida; as debêntures participativas são consideradas custo operacional e parte de outros
passivos em vez de dívida.