Banco vê melhor cenário para Gerdau e CBA em relação à Vale e CSN Mineração em 2023

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São Paulo – O Bank of America (BofA) mostrou uma análise mista para a cobertura de commodities metálicas, com visão cautelosa para o minério de ferro e positiva para metais básicos, onde esperarecuperação em 2023 e preferência por empresas de cobre e alumínio como Gerdau e CBA, em relação à Vale e CSN Mineração.

Para metais básicos, os gatilhos da análise são um um Fed (o banco central dos Estados Unidos) menos agressivo que pode limitar o upside ao dólar; uma recuperação da economia da China em uma política de Covid-zero mais pragmática, juntamente com uma estabilização do mercado imobiliário; a Europa enfrentando o pior da crise energética neste inverno; os estoques extremamente baixos para uma série de commodities; e a expectativa de demanda apoiada à medida que a transição energética se acelera.

Entre as empresas do Ibovespa de sua cobertura, o BofA cita a preferência pela Gerdau, dada a melhor perspectiva para os aços longos versus planos e sua exposição nos EUA. A análise também cita a brasileira CBA, que não faz parte do índice, mas que lucra com uma melhor perspectiva de consumo de alumínio chinês que ainda não foi refletida nos preços da commodity, na opinião do BofA.

Em relação ao minério de ferro, o BofA mantém cautela, mas vê potencial de alta no primeiro trimestre de 2023. A análise espera um superávit da commodity no próximo ano e ajustou sua previsão de preço médio para 2023 de US$ 95/t para US$ 98/t, à medida que aumenta a estimativa média do 1T23 para US$ 110/t devido ao impacto do La Niña na oferta de minério de ferro e uma recuperação na demanda da China.

Por outro lado, o BofA avalia que o desempenho do minério de ferro tem estado mais atrelado ao sentimento do que aos fundamentos e calcula que, se a reabertura da China e os estímulos surpreenderem positivamente, esse movimento de alta pode ser maior.

Com isso, o BoFA aumentou a projeção de ebitda para a Vale em 2023 para US$ 20,4 bilhões com preços mais altos de cobre, níquel e minério de ferro, levando o preço-alvo para US$ 18 para as ADRs (R$ 96 por ação), com recomendação neutra.

“Nosso rating Neutro reflete nossa visão ainda cautelosa para o de minério de ferro e perspectivas de retorno de caixa mais baixas daqui para frente”, escreveram os analistas em relatório.

Em relação à CSN Mineração, o BofA disse que os preços de referência mais altos são compensados por realizações mais fracas e custos mais altos, levando o EBITDA para 2023 para R$ 4,6 bilhões e o preço-alvo para R$ 3,8, com recomendação de venda, que reflete a visão de commodities aliada ao seu ciclo de investimento pressionando o fluxo de caixa livre para o acionista.

Em relação ao cobre, os analistas indicam previsão de alta, já que o uso em tecnologias verdes deve compensar a fraqueza da demanda cíclica, o que pode resultar em um preço de US$ 12.000/t (US$ 5,44/lb) para a commodity em 2023.

“O aumento do alumínio baseia-se na oferta global restrita, juntamente com uma atividade mais forte na China, reduzindo suas exportações. Para o níquel, nossas equipes veem um excesso de oferta em 2023, mas provavelmente de curta duração, devido ao crescimento das vendas de veículos elétricos, o que exigirá um maior crescimento da oferta para evitar novas restrições a partir de 2024”, concluem.