São Paulo – Os papéis da Petrobras (PETR3; PETR4) fecharam em alta de 3,87% e 3,45%, assim como os das petrolíferas 3R Petroleum (RRR3; +5,47%) e PetroRio (PRIO3); +3,51%) no pregão de quinta-feira, com analistas monitorando os posicionamentos da equipe de transição em relação à intervenção do governo eleito na gestão da estatal. Em dia de baixa liquidez por conta do feriado nos EUA e jogo de estreia da seleção brasileira na Copa do Mundo, o Ibovespa fechou em forte alta, de 2,74%, aos 111.831,16 pontos.
Para Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos, as ações da Petrobras acabaram melhorando com as declarações do senador Jean Paul Prates (PT-RN) de que não vai haver medida interventiva na estatal. “Esses comentários divergem de tudo que já foi dito até o momento, mas precisamos esperar o Lula entrar nas negociações com o Congresso e ver o que irá acontecer”.
A Ativa Investimentos disse que atualmente prefere exposição à PetroRio do que Petrobras para capturar as nuances do setor de óleo e gás, citando que a paralisação da atual política de desinvestimentos, revisão na política de paridade de preços de derivados e possível indicação política para cargos de liderança na empresa entre os principais fatores que vêm preocupando o mercado e levando casas de análise a revisar preço-alvo e a recomendação do papel.
O senador Jean Paul Prates (PT-RN), integrante do grupo técnico da transição de governo e que, segundo notícias, está sendo cotado a ocupar o comando da Petrobras, que o governo eleito de Luis Inácio Lula da Silva não será intervencionista, em entrevista a jornalistas.
Hoje, Prates escreveu em sua rede social que o debate sobre as oscilações nos valores das ações da Petrobras “está sendo conduzido de forma leviana”, o que, na sua opinião “conduz a uma compreensão enviesada da realidade e que dá espaço a interpretações, muitas vezes, mentirosas.”
“A cobrança política é natural, e importante. Mas especialmente no caso das empresas com ações no mercado, a especulação baseada em desinformação é lamentável e pode sinalizar interesses escusos. Ganharíamos ao discutir políticas públicas e o futuro do país”, opinou, no Twitter.
Em relação aos pagamentos de dividendos, o senador disse que defende, “assim como foi a prática dos nossos governos, a distribuição de dividendos compatíveis com a prática do mercado e de suas congêneres, conciliados a investimentos estruturantes necessários para manter uma empresa como a Petrobras no longo prazo.”
Com Soraia Budaibes / Agência CMA.
