IABr revisa previsão de produção para 2022 de 36,8 mi t para 34,6 mi t, baixa de 4%

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São Paulo – O Instituto Aço Brasil (IABr) revisou a previsão de produção para 2022 para 34,6 milhões de toneladas, de 36,8 milhões de toneladas anteriormente, queda de 4%, em base de comparação anual. Segundo o presidente executivo da entidade, Marco Pollo de Melo Lopes, esses dados fazem do período o quarto melhor da década para o setor, ainda que o efeito estatístico sobre a comparação com 2021, ano extremamente atípico, indique recuo percentual nos indicadores de desempenho.

Segundo os executivos, mais de 82% do aço consumido vai para a construção civil, setor automotivo e bens de capitais. Com um novo governo eleito, que coloca a mão na na massa em janeiro, o setor está otimista com as promessas do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva de reduzir o déficit habitacional do País e apostam que o programa Minha Casa Minha Vida deve “dar uma acelerada”.

Lopes lembrou ainda que os atores da guerra entre Rússia e Ucrânia, que se desenrola desde fevereiro de 2022, têm papel expressivo no mundo siderúrgico, uma vez que a Ucrânia está na 14 posição entre os maiores produtores de aço do mundo, e a Rússia em 5º, enquanto o Brasil está em 9º lugar. “Esses dois países juntos produzem quase 100 milhões de toneladas de aço”, exemplificou reiterando que a deterioração do setor não se deu pela guerra, mas acabou por intensificá-la. Ele disse ainda que esse é um processo que traz excesso de turbulência, práticas predatórias e uma escalada protecionista.

O diretor do Conselho, Jefferson de Paula, lembrou ainda que o setor siderúrgico quer que o Brasil se desenvolva e cresça economicamente, mitigando os índices de desigualdade do País – especialmente diminuindo o déficit habitacional e de infraestrutura. Isso porque o índice de Custo Brasil atrapalha os negócios no exterior. Custo Brasil é o termo dentro da economia associado ao nível de dificuldade e esforço necessário para se produzir ou vender algo no território brasileiro.

De Paula disse, ainda, que é necessário que a indústria pare de esperar que os investimentos venham apenas do Estado e se responsabilize por promover parcerias entre os setores público e privado para que esses investimentos transcorram com mais celeridade. “Estamos de acordo que o Brasil é um país rico mas ainda muito desigual. É uma questão de alocação de capital’, disse de Paula.

“O desempenho da siderurgia foi excelente. Fomos melhor do que o resto do mundo ao entrar e ao sair da pandemia, mas precisamos de mudanças estruturais no Brasil para que possamos crescer de maneira sustentável, e temos muitas condições e oportunidades, como a Lei do Saneamento que pode decolar, além das privatizações que já aconteceram. Tem portos, aeroportos, estradas [a serem construídos] vamos ter que focar nisso.”

No acumulado de janeiro a outubro, a produção de aço bruto no Brasil somou 28.844 milhões de toneladas, queda de 4,8% frente ao mesmo período de 2021.

Para 2023, a previsão do Aço Brasil para a indústria do aço é de crescimento de 1,9% nas vendas internas e 1,5% no consumo aparente. A produção de aço bruto deverá crescer 2%. Para as exportações, é previsto avanço de 2,1% e, para as importações, de 2,3%.