Aloízio Mercadante é cotado para presidência da Petrobras ou do BNDES

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São Paulo – Um dos coordenadores da transição do governo Lula, Aloízio Mercadante (PT-SP) está sendo cotado para assumir a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ou da Petrobras, segundo notícias que circulam na imprensa nesta segunda-feira.

Ele é economista e já ocupou os cargos de ministros da Educação, Ciência e Tecnologia e Casa Civil nos governos Dilma.

Outro nome que vem sendo ventilado para o comando da Petrobras é o do senador Jean Paul Prates (PT-RN), que integra o subgrupo de Petróleo do grupo de trabalho de Minas e Energia do governo de transição.

No entanto, as duas indicações esbarram na Lei das Estatais que veda a indicação de nomes de profissionais com cargos no legislativo (licenciados ou não) e indicações políticas.

Em 6 de dezembro, a Petrobras informou que o atual presidente da companhia, Caio Mário Paes de Andrade, aceitou o convite de Tarcísio de Freitas (Republicanos), para compor sua equipe do próximo governo do estado de São Paulo. O executivo assumirá a pasta de Gestão e Governo Digital.

Na ocasião, a companhia informou que o executivo seguirá na atual função nas próximas semanas, colaborando com a diretoria da Petrobras na mudança de comando da companhia e não participará da transição em São Paulo.

Andrade estava na presidência da Petrobras desde junho, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro, substituindo José Mauro Ferreira Coelho, que renunciou. Na ocasião, ele ocupava o cargo de secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, comandado por Paulo Guedes.

Gustavo Montezano é o presidente do BNDES desde 2019 e foi escolhido pelo ministro da Economia Paulo Guedes para substituir Joaquim Levy, em junho de 2019. Antes, ele foi Secretário Especial Adjunto de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia.

Procurada, a equipe de transição não retornou a reportagem da Agência CMA até o momento.

MUDANÇA NA LEI DAS ESTATAIS

Embora a indicações políticas sejam barradas pela Lei das Estatais, um relatório da consultoria Eurasia divulgado hoje projeta o risco de que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva revogue o regramento no ano que vem por meio de uma Medida Provisória.

A análise aponta que a mudança ajudaria o governo nas negociações com partidos de centro, que vão exigir indicações ao governo e garantias de que continuarão a comandar uma larga porção do orçamento.

Na avaliação da Eurasia, a revogação da lei dificilmente teria rejeição do Congresso e facilitaria a nomeação de políticos para cargos-chave, como a do senador petista Jean Paul Prates.

Diante dessas especulações, os papéis das estatais negociaram no vermelho no pregão desta segunda-feira, com os investidores mostrando aversão à Petrobras, Banco do Brasil e BB Seguridade. Perto do fechamento, às 17h31, as ações preferenciais da Petrobras (PETR4) recuavam 3,19%, a R$23,93, enquanto as ordinárias da petroleira (PETR3) caíam 2,53%, a R$ 27,34, e as do Banco do Brasil (BBAS3) recuavam 3,31%, a R $33,84 e BB Seguridade (BBSE3) tinha queda de 1,76%, a R$ 31,18. O Ibovespa caía 1,86%.