Brasília – O futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira que a política econômica será equilibrada e que o futuro governo terá de corrigir erros de medidas tomadas apressadamente por causa do processo eleitoral. O ministro sinalizou que a reforma tributária será uma das prioridades do futuro governo.
“Eu não acredito em médias para solução de política econômica. Uma política certa com uma errada não dá uma mais ou menos certa”, afirmou. “Nós temos que definir uma política econômica equilibrada, uma política econômica sensata que vai garantir uma perspectiva de desenvolvimento”, completou.
Haddad confirmou o economista Gabriel Galípolo como secretário executivo da Fazenda e Bernardo Appy na Secretaria Especial da Reforma Tributária.
“Nós temos problemas criados este ano para corrigir, não são problemas pequenos. Houve uma série de medidas que alcançaram centenas de bilhões de reais, tomadas de forma açodada, sem cálculo de impacto, sem desenho adequado, programas feitos sem critérios”, disse.
“Vários programas sem preocupação com o desenho, sem preocupação com a qualidade do gasto, sem preocupação com a justiça do benefício, só pensando eleitoralmente e desesperadamente no que fazer para reverter um quadro eleitoral desfavorável”, completou.
Para Haddad, a nova estrutura fiscal a ser enviada ao Congresso Nacional deve ser apreciada em conjunto com a reforma tributária. O futuro ministro disse que há propostas para o novo arcabouço fiscal sendo analisadas e que o texto final será submetido ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
A definição da estrutura fiscal que substituirá o teto de gastos públicos, segundo Haddad, será tratada com prioridade no Ministério da Fazenda. A PEC da Transição, que flexibiliza o teto de gastos para liberar dinheiro do programa de transferência de renda, prevê o envio do arcabouço para o Congresso até 31 de agosto de 2023, mas Haddad afirmou que não usará todo o prazo.
Conforme Haddad, o seu primeiro ato como ministro será avaliar o Orçamento Geral da União de 2023, verificando as despesas previstas e revisar a arrecadação, que estaria subestimada. Isso, afirmou o futuro ministro, terá como foco “incluir o pobre no orçamento”. Ou seja, abrir espaço para as políticas sociais do governo. Para Haddad, o compromisso do futuro governo com o social tem que ser compatível com o equilíbrio fiscal.
Haddad disse que até o início da próxima semana vai fechar a sua equipe. Sobre o comando dos bancos públicos, o futuro ministro disse que os presidentes da Caixa e do Banco do Brasil estão sendo definidos por Lula. O futuro ministro sinalizou que os dois bancos serão fortalecidos no próximo governo.