Consórcio Aegea vence leilão de privatização da Corsan por R$ 4,15 bilhões, ágio de 1%

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São Paulo – O consórcio formado pela Aegea, que tem o grupo Itaúsa e o fundo soberano de Cingapura GIC entre seus principais acionistas, e as gestoras Perfin e Kinea venceu o leilão de privatização da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), realizado nesta manhã, na sede da B3, em São Paulo (SP). O grupo oferece a proposta única de cerca de R$ 4,15 bilhões, o que representa ágio de 1,15% em relação à proposta mínima requerida de R$ 4,1 bilhões.

O poder público ofertou um lote único de 630.050.221 ações de propriedade do Estado e o critério de escolha previsto no edital era de proposta superior ao lance mínimo de R$ 4,1 bilhões.

A Corsan é uma sociedade de economia mista sediada em Porto Alegre, de capital aberto e possui contratos vigentes para prestação de serviços em 317 municípios, atendendo mais de 6 milhões de pessoas com por meio da realização de estudos, projetos, construções, operações, exploração e ampliação dos serviços públicos de abastecimento de água potável e de esgotamento sanitário.

“Estamos com dois investidores entrando junto conosco, ancorados na operação, então temos todas as condições de realizar os investimentos previstos, dentro da disciplina financeira que a companhia estabelece”, disse o diretor da Aegea, na coletiva de imprensa realizada após o leilão. A previsão de investimentos na concessão é de R$ 13 bilhões, para atingir a meta de que, até o final de 2033, 90% da população tenha coleta e tratamento de esgoto, prevista pelo Marco Regulatório do Saneamento de 2020.

A perspectiva de aumento das tarifas para os consumidores devido aos investimentos previstos foi negada pelos executivos do consórcio, que divulgaram previsão de manter a tarifa atual pelos próximos cinco anos.

“As tarifas são definidas pelas agências reguladoras, de tempos em tempos há revisões, e o investimento previsto gera expectativa de aumento das tarifas, mas vamos buscar melhor eficiência para manter a tarifa no patamar atual até 2027”, disse um dos executivos do consórcio.

Outro executivo disse que o setor de saneamento está passando por mudanças por meio da Agência Nacional de Águas (ANA), com a regulamentação de normas, que indicam tendência de regulação de tarifas pelo mercado. “O que estamos vendo no nosso caso de investimento é compensar o aumento de investimento com ganho de eficiência”, disse o executivo.

O Governo do Rio Grande do Sul, por intermédio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) garantiu a realização do certame, após por uma liminar da Justiça do Trabalho que, na última quinta-feira, determinar a suspensão do leilão por 90 dias, atendendo pedido do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras das Indústrias de Purificação e Distribuição de Água e Serviços de Esgoto do RS (Sindiágua/RS).