São Paulo, SP – O licenciamento total de veículos – que incluem automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus cresceu 12,9% em janeiro, para 142.852 unidades, ante 126.518 no mesmo mês de 2022. Ante o mês anterior, o indicador recuou 34,1%, informou a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Os licenciamentos de automóveis e comerciais leves subiram 11,9% em janeiro na comparação com o mesmo mês do ano passado, a 130.681 unidades. Ante dezembro, a redução foi de 35,4%.
A venda de caminhões cresceu 20,1% em relação ao mesmo mês do ano passado, com o emplacamento de 10.457 unidades e queda de 16,2% ante dezembro.
No setor de ônibus, os emplacamentos cresceram 65% em base anual, a 1.714 unidades. Em relação a dezembro, as vendas de ônibus recuaram 25,2%.
O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, destacou que o aumento nas vendas não se deve à recuperação de demanda, e sim a uma base pressionada no ano anterior pela falta de insumos, e que a demanda em 2023 começa a dar sinais de desaceleração. Em janeiro, por exemplo, o problema do mercado brasileiro foi mais de demanda do que de oferta.
O executivo apontou que os juros elevados ainda são um entrave para o aquecimento do setor automotivo. “Com a atual taxa de juros, o mercado não crescerá. Entendemos que os juros estão em elevação nas principais economia do mundo, mas acreditamos que é fundamental ocorrer uma redução da taxa Selic o mais breve possível”, destacou o Leite.
Ele também destacou a importância do discurso no novo governo sobre a reindustrialização do país, a reforma tributária e da retomada do diálogo com os países membros do Mercosul.
“Fortalecer o Mercosul é fundamental para alavancar as exportações do setor automotivo. Por isso, acreditamos que o empenho do governo em estreitar o diálogo com os países vizinhos deve melhorar o ambiente de negócios e ampliar os negócios entre o Brasil, Argentina e Chile, comentou o presidente da Anfavea, que enfatizou que é preciso ter investimentos no país para mantê-lo competitivo, gerar empregos e atrair mais investidores.
EXPORTAÇÃO
A receita com as exportações totais de veículos automotores e de máquinas agrícolas produzidas no Brasil somou US$ 709,1 milhões em janeiro, alta de 28% ante o mesmo mês do ano passado. Na comparação com o mês anterior, houve queda de 13,4%, segundo a Anfavea.
As exportações em janeiro foram as melhores nos últimos cinco anos, com 33 mil unidades. Essa aceleração vem de forma constante desde 2020. Segundo relatório da Anfavea, apesar do crescimento, Chile e Colômbia, dois dos principais destinos, apresentaram quedas em seus mercados e isso poderá limitar as exportações.
PRODUÇÃO
Em janeiro, foram produzidas 147.835 unidades de veículos leves no Brasil, alta de 9,8% no comparação ao mesmo mês de 2021. Na comparação com dezembro, houve queda de 15,6%, de acordo com Anfavea.
Já a produção total de veículos – que inclui automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus – foi de 152.666 unidades no mês passado, 5% acima do produzido em janeiro de
2022 e recuo 20,3% em comparação a dezembro.
Durante a coletiva de imprensa na manhã de hoje, a entidade disse que uma explicação para o crescimento tímido da produção é que neste ano a maioria das fábricas deu férias coletivas. Nos anos anteriores, essas férias haviam sido antecipadas por paradas de fábricas em meses de escassez de itens como semicondutores.
Apesar desta particularidade, a Anfavea disse que a produção no primeiro mês de 2023 é especialmente baixo em comparação, por exemplo, ao volume de produção de janeiro de
2020, antes da pandemia, quando a indústria produziu cerca de 200 mil unidades.
EMPREGOS
A quantidade de postos de trabalho na indústria automotiva cresceu 1,3% na comparação com janeiro de 2022, para 102.119 posições. O número é 0,2% superior na comparação mensal, com 101.889 postos em dezembro, informou a Anfavea.
