São Paulo – A produção no Brasil e no exterior de petróleo, líquido de gás natural (LGN) e gás natural da Petrobras alcançou 2,646 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed) no quarto trimestre de 2022 (4T22), queda de 2,1% na comparação anual.
A Petrobras disse que manteve uma boa performance operacional no 4T22, praticamente em linha com o 3T22, principalmente, em razão do ramp-up do FPSO Guanabara, e início de produção da P-71 e de poços novos da Bacia de Campos, parcialmente compensados pelo maior volume de perdas com manutenções e intervenções, descomissionamento de plataformas de Marlim, desinvestimentos, e pela cessão de 5% da participação no contrato de partilha de produção dos volumes do excedente da cessão onerosa do Campo de Búzios para a parceira CNOOC, em vigor desde o início de dezembro.
No Brasil, a produção foi de 2,611 milhões de boed, retração de 2,0% na comparação com o mesmo período de 2021. No exterior, a produção foi de 35 milhões de boed, baixa de 14,6% na mesma base de comparação.
No pré-sal, onde a empresa é dona natural e tem como foco, a estatal produziu 1,639 milhões de barris por dia (bpd), alta de 2,4% na comparação anual e 1,9% superior ao trimestre anterior principalmente devido ao rampup do FPSO Guanabara e início de produção da P-71, efeitos parcialmente compensados pela cessão de 5% dos volumes do excedente da cessão onerosa do campo de Búzios.
De acordo com a Petrobras, a performance os campos do pré-sal foram responsáveis por 75% e 73% e da produção de óleo no 4T22 e 2022, com 1,97 milhões de boed (recorde anual) e 1,98 milhões de boed, respectivamente.
A produção nos campos do pós-sal diminui 12,4% e atingiu 401 mil bpd no período. Em relação ao trimestre anterior foi 7,6% inferior, principalmente em função do maior volume de perdas devido a manutenções e intervenções, das paradas para descomissionamento das plataformas P-18, P-19 e P-20, além do declínio natural de produção, efeitos parcialmentecompensados pelo início de produção de novos poços na Bacia de Campos.
A produção em terra e águas rasas, por sua vez, foi de 71 Mbpd, em linha com o 3T22. A produção no exterior foi de 35 Mboed, sendo referente aos campos da Bolívia, Argentina e Estados Unidos, em linha com o 3T22.
Em 2022, a Petrobras alcançou produção no Brasil e no exterior de petróleo, líquido de gás natural (LGN) e gás natural de 2,684 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), queda de 3,2% em relação a 2021.
A companhia alcançou o recorde anual na produção operada, com média de 3,64 MMboed. Este resultado se deveu, principalmente, à entrada em operação do FPSO Guanabara (campo de Mero) e da P-71 (campo de Itapu), bem como à continuidade dos ramp-ups da P-68 (campos de Berbigão e Sururu), FPSO Carioca (campo de Sépia) e FPSO Guanabara, todos localizados no pré-sal da Bacia de Santos. Outro fator que contribuiu para este resultado foi a entrada em produção de novos poços da Bacia de Campos, disse a Petrobras.
Segundo a Petrobras, os destaques de 2022 foram o início de produção do FPSO Guanabara, primeiro sistema definitivo no campo de Mero, no pré-sal da Bacia de Santos, em 30 de abril.”Atualmente temos 4 poços produtores interligados e atingimos, em 11 de janeiro de 2023, a capacidade nominal de produção do projeto de 180 mil bpd, em apenas 8 meses após o 1º óleo”, disse a empresa, no relatório.
Outro destaque foi o início de produção da P-71, no campo de Itapu, no pré-sal da Bacia de Santos, em 21 de dezembro. O início de produção da plataforma estava programado para 2023 e foi antecipado em relação ao previsto no Plano Estratégico 2022-26. A unidade tem capacidade de processamento de óleo de 150 mil bpd e previsão de atingir a capacidade nominal de produção do projeto no 2S23.
Fechamos 2022 com a antecipação do 1º óleo da P-71, sexta e última da série de plataformas replicantes a entrar em operação, caracterizadas por um projeto de engenharia padronizado, com alta capacidade de produção e tecnologias avançadas de operação e redução de emissões de gases de efeito estufa. Esse projeto nos trouxe aprendizados importantes que nos preparam para os desafios das próximas unidades a entrar em operação, afirma o Diretor de Desenvolvimento da Produção, João Henrique Rittershaussen.
REFINO
No segmento de Refino, o volume total de vendas, que engloba Brasil e exterior, foi de 3,072 milhões de bpd no 4T22, 0,6% superior na comparação anual, sendo 2,229 milhões no mercado interno, queda de 3,1% e 843 mil no mercado externo, alta de 11,8%.
Ainda na área de refino, o volume de produção total foi 1,724 milhões de bpd no período, queda de 9,7%, enquanto o volume total de vendas no mercado interno foi de 1,796 milhões de bpd, retração de 2,8%.
“As vendas de derivados no 4T22 ficaram em linha com as do 3T22, refletindo maiores vendas de gasolina e QAV e redução de vendas nos demais derivados. O aumento das vendas de gasolina ocorreu em função da sazonalidade do consumo e maior competitividade do derivado”, disse a Petrobras.
As maiores vendas de QAV se deveram à recuperação frente ao impacto da COVID-19 no setor aéreo. Já a redução nas vendas dos demais derivados no 4T22 deve-se principalmente à sazonalidade do consumo de diesel e venda de quantidades adicionais de nafta no 3T22.
Em relação à produção de derivados, houve redução de 1,5% no 4T22 em relação ao 3T22 devido às paradas programadas das unidades de destilação e coque da REPAR e ao desinvestimento da REMAN.
“A nossa produção em 2022 teve redução de somente 6% e as vendas caíram 3% quando comparadas ao ano anterior, mesmo com o desinvestimento da RLAM no final de 2021, cuja capacidade correspondia a cerca de 13% do total do nosso parque.”
No período, as exportações líquidas somaram 357 mil bpd, redução de 4,5%, enquanto a importação alcançou 436 mil bpd no trimestre, alta de 33,3% quando comparado ao mesmo período do ano anterior.
“No 4T22 a exportação líquida aumentou 310% em relação ao 3T22, principalmente devido à maior exportação de petróleo e óleo combustível em função da realização de exportações em andamento. Além disso, houve menor importação de derivados, principalmente diesel, devido à sazonalidade do consumo.”
A exportação líquida de 2022 teve redução de 28% em relação a 2021, principalmente devido à menor exportação de petróleo em função da redução da produção, além da menor exportação de óleo combustível devido ao desinvestimento da RLAM em 2021.