Weg espera dobrar resultado de 2022 este ano com projetos de ciclo longo

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São Paulo – A Weg informou que a entrada de novos projetos de ciclo longo no Brasil e no exterior em sua carteira deve contribuir para crescimento de receitas no primeiro semestre deste ano, em teleconferência de resultados do quarto trimestre de 2022, na manhã desta quinta-feira. A expectativa é dobrar o valor com projetos em energia, como equipamentos para geração, distribuição e transmissão (GTD) e solar. A companhia não forneceu projeções.

“Começamos com uma carteira muito positiva em negócios de ciclo longo e nossa expectativa para este ano é dobrar os projetos”, disse André Rodrigues, diretor financeiro (CFO) da Weg.

“A dinâmica industrial, do ponto de vista geral, continua positiva. No quarto trimestre houve uma sazonalidade nos projetos de ciclo curto, pois dezembro costuma ser fraco para vendas”, comentou André Menegueti Salgueiro, diretor de Finanças e Relações com Investidores da Weg.

A receita operacional líquida da companhia em 2022 foi de R$ 29,9 bilhões, alta de 26,9% em relação a registrada nos 12 meses de 2021. No quarto trimestre, a receita somou R$ 7,9 bilhões, 0,9% acima do apurado no 4T21. O lucrolíquido subiu 17,3% em 2022, para R$ 4,2 bilhões, e 3% no 4T22, para 1,2 bilhão, na comparação anual.

Para 2023, a companhia anunciou capex de R$ 1,6 bilhão, com 55% orientado para Brasil e 45% fora do Brasil.

“Aqui, a fábrica de Jaraguá do Sul terá nova fábrica de motores. Em Betim, a companhia ampliará a fábrica de geradores, assim como a unidade da Balteau. No exterior, a empresa investirá na ampliação da fábrica de motores de média e alta tensão na India. Em Portugal, a Weg dará continuidade à planta de motores. Outros investimentos em produção de transformadores e automação no exterior”, detalhou a diretoria.

Ainda em relação às perspectivas, a Weg espera que a normalização das cadeias de suprimento deve contribuir para melhora operacional da companhia, mas que a incerteza em relação ao cenário macroeconômico global exige atenção e segue no radar.

A companhia viu normalização nos preços de algumas commodities, como o cobre e o aço, que apresentaram acomodação, mas disse que o mesmo não pode ser dito sobre os componentes eletrônicos, cuja normalização esperada para esse ano só deve ocorrer em 2024, segundo os executivos da Weg. Eles disseram que a estratégia de verticalização ajudou a minimizar impactos relacionados aos custos com matérias primas.

A empresa disse que os negócios na Europa foram beneficiados pela consolidação dos negócios da divisão Motion Control da Gefran na Itália e Alemanha.

“A Europa é a segunda maior região em receitas fora do Brasil para a companhia, com a venda em Portugal e Áustria. Acompanhamos a situação na região, havia a perspectiva de crise energética por conta do conflito entre Rússia e Ucrânia, que não foi tão rigorosa quanto se previa e não impactou a atividade econômica no curto prazo. Mas seguimos acompanhando, temos que avaliar a dinãmica para os próximos trimestres.”

Os lockdowns na China impactaram os negócios da Weg no segundo semestre de 2022, com redução de pedidos, e agora a companhia espera uma reversão neste movimento após a reabertura dos negócios no país. “Começamos o ano com boas perspectivas na China e na India, um país que acreditamos muito, somos líderes na entrega de motores no país e inauguramos uma fábrica e esperamos ter aprovações de certificação de produtos em breve”, disse Rodrigues.

Salgueiro disse que tem entregas previstas para produtos de ciclo curto e que seguirá monitorando futuras entregas.

Em energia solar, a Weg disse que não espera um impacto significativo nos seus negócios por conta das mudanças recentes relacionadas à geração solar centralizada. Em geração solar distribuída, por ser projetos de ciclo curto, a empresa disse que vai atualizar a demanda nos próximos trimestres.

Em relação a possíveis aquisições, a companhia disse que não pode comentar por enquanto.

MP1152

A companhia segue acompanhando as mudanças previstas pela MP 1152 sobre custo de transações e ainda precisa ser aprovada.

“Ainda há etapas a serem cumpridas e com as informações que temos hoje, vamos manter a estrutura atual. Nós reportamos os seus efeitos no resultado financeiro na linha”diferença de alíquotas nas demonstrações de resultados no exterior”. Assim que tivermos mais visibilidade com o que passar da MP avisamos para vocês”, comentou o diretor.

A Medida Provisória 1152/22 altera a legislação do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) das pessoas jurídicas que realizam transações com partes relacionadas no exterior. O texto foi publicado na edição do Diário Oficial da União em 30 de dezembro de 2022 e será analisada agora pelos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado.

As mudanças entraram em vigor a partir de 1 de janeiro de 2023 para contribuintes que optarem pela aplicação das novas regras de preços de transferência. Para os demais, valem a partir de 1 de janeiro de 2024.

O preço de transferência é aquele cobrado pela empresa em transações no exterior de sua entidade relacionada (coligada, filial, sucursal etc.) por produtos, serviços ou bens intangíveis, normalmente fora das condições de mercado. Isso poderá afetar a tributação, especialmente quando a operação envolve paraísos fiscais.

Segundo a Secretaria-Geral da Presidência da República, a ideia é introduzir um novo marco legal para os preços de transferência no Brasil.

Com informações da Agência Câmara de Notícias.