São Paulo – O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) acredita que a inflação está caindo, mas não o suficiente para conter a necessidade de mais aumentos nas taxas de juros, mostraram as atas da reunião do dia 31 de janeiro e 1 de fevereiro.
De acordo com os documentos, apesar do aumento de 0,25 ponto percentual (pp) aprovado na ocasião, alguns membros eram a favor de uma alta maior, de 0,5 pp, devido à preocupação com a inflação alta e a necessidade de chegar logo a uma taxa suficientemente restritiva.
“Os participantes a favor de um aumento de 0,5 pp observaram que um aumento maior traria mais rapidamente o intervalo da meta para perto dos níveis que eles acreditavam que alcançariam uma orientação suficientemente restritiva, levando em consideração suas opiniões sobre os riscos para alcançar a estabilidade de preços em tempo hábil”, afirma o documento.
A inflação permaneceu bem acima da meta de 2% do Fed, segundo os membros declararam. Isso ocorreu em um momento em que os mercados de trabalho permaneceram muito apertados, contribuindo para pressões contínuas de alta sobre salários e preços
Os participantes observaram que os dados de inflação recebidos nos últimos três meses mostraram uma redução bem-vinda no ritmo mensal de aumentos de preços, mas enfatizaram que seriam necessárias mais evidências substanciais de progresso em uma faixa mais ampla de preços para ter certeza de que a inflação estava em uma queda sustentada, informa o Fomc.
Desde a reunião, os presidentes regionais James Bullard, de St. Louis, e Loretta Mester, de Cleveland, disseram que estavam entre o grupo que queria uma ação mais agressiva. A ata, no entanto, não detalhou quantos alguns eram nem quais membros do Fomc queriam o aumento de meio ponto.
Desde a reunião, as autoridades do Fed enfatizaram a necessidade de permanecer vigilantes, mesmo expressando otimismo de que os dados recentes da inflação têm sido encorajadores.
A ata também observou que alguns membros veem o risco de recessão como elevado. Outras autoridades disseram publicamente que acham que o Fed pode evitar uma recessão e alcançar um pouso suave para a economia, onde o crescimento desacelere consideravelmente, mas não contraia.
Os participantes observaram que a incerteza associada às suas perspectivas para a atividade econômica, o mercado de trabalho e a inflação eram altas, dizia a ata.
Entre os fatores de risco citados estavam a guerra na Ucrânia, a reabertura econômica na China e a possibilidade de o mercado de trabalho ficar mais apertado por mais tempo do que o esperado.