São Paulo – A agência de classificação de risco Moody’s Investors Service manteve a perspectiva estável dos sistemas bancários do Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru, com base em seus fortes perfis financeiros que mitigarão o enfraquecimento das condições macroeconômicas nesses países.
Os analistas da agência esperam que nos próximos 12 a 18 meses os fundamentos gerais consistentes e o forte desempenho dos bancos no Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru compensem a lenta atividade econômica. A resiliência financeira dos bancos a esses desequilíbrios econômicos mitigará os crescentes riscos de ativos e diminuirá a rentabilidade, opina o Associate Managing Director na Moody’s, Ceres Lisboa.
No Brasil, o ambiente operacional continuará a desafiar as condições de negócios dos bancos em 2023, em meio a uma desaceleração do crescimento do produto interno bruto (PIB) real para 0,9%, de uma expansão de cerca de 3% em 2022. No entanto, nossa perspectiva estável reflete as margens constantemente altas e a forte geração de lucros recorrentes dos bancos, capital adequado e amplo perfil de liquidez, ajudarão a lidar com as condições de risco menos favoráveis.
O PIB real do Chile terá contração de 1% em 2023, em comparação com o crescimento de 2% em 2022, à medida que a demanda interna diminui, em meio a um aperto da política fiscal e monetária. Segundo a Moodys, a perspectiva estável do sistema bancário local leva em consideração os sólidos fundamentos de crédito com riscos macroeconômicos desafiadores, pressões de rentabilidade e aumento dos riscos de ativos, em consequência da diminuição da renda das famílias.
Para o sistema bancário colombiano, a Moody’s espera condições operacionais mais difíceis, dado que o crescimento econômico desacelera drasticamente o crescimento do PIB real caíra de 8% em 2022 para alta de 1,5% em 2023 ; além disso, a inflação permanece elevada, o que pressiona os riscos dos ativos, enquanto a geração sustentada de lucros e capital apoiarão métricas de crédito estáveis em 2023.
Já no Peru, os riscos políticos aumentam a probabilidade de que a confiança relacionada a investimentos seja prejudicada estruturalmente , o que resultará em riscos negativos para o crescimento real do PIB de 2,3% em 2023, um pouco abaixo de 2,5% em 2022., diz a Moodys. No entanto, instituições econômicas historicamente fortes, bem como a ampla rentabilidade e diversificação das carteiras dos bancos continuarão apoiando a estabilidade do setor bancário do país nos próximos 12 a 18 meses.
No México, o PIB real subirá 1,7% em 2023, abaixo da alta de 3,1% em 2022, que veio acima das expectativas. A perspectiva estável para o setor bancário é apoiada pelos sólidos fundamentos financeiros dos bancos que ajudarão a mitigar os riscos decorrentes da fraca atividade econômica. Os riscos de ativos aumentarão, mas o menor apetite de risco dos bancos e as reservas conservadoras para perdas relacionadas a empréstimos limitarão a deterioração, concluiu a agência.
