Lucro líquido da Petrobras sobe 37,7% no 4° tri, a R$ 43,3 bilhões

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São Paulo, SP – A Petrobras divulgou na noite de ontem (1) o balanço do quarto trimestre de 2022, com lucro líquido de R$ 43,3 bilhões, uma alta de 37,6% em comparação aos R$ 31,5 bilhões registrados no mesmo período de 2021. No acumulado do ano, o lucro chegou a R$ 188,3 bilhões, crescimento de 76,6% em comparação aos R$ 83,2 bilhões registrados no ano de 2021.

O lucro líquido recorrente foi de R$ 42,9 bilhões, alta de 80,3% em relação ao mesmo período de 2021, quando alcançou R$ 23,7 bilhões.

A receita líquida chegou a R$ 158,5 bilhões, alta de 18,2% em relação ao quarto trimestre de 2021. No ano, a receita líquida ficou em R$ 641,2 bilhões, crescimento de 41,7% em comparação ao ano de 2021

A dívida líquida encerrou o ano em R$ 41,5 bilhões, recuo de 12,8% na comparação com mesma 2021, quando registrou R$ 47,6 bilhões. A dívida bruta fechou em R$ 53,7 bilhões, recuou de 8,4% em relação ao ano de 2021, quando a chegou a R$ 58,7 bilhões.

O Ebitda ajustado chegou a R$ 73 bilhões, alta de 16,1% na comparação anual. No ano, o valor chegou a R$ 340,4 bilhões, um avanço de 45,1% em relação aos R$ 234,5 bilhões
reportados em 2021.

Em 2022, a companhia alcançou recorde anual na produção operada, com média
de 3,64 MMboed. Este resultado se deveu, principalmente, à entrada em operação do FPSO Guanabara (campo de Mero) e da P-71 (campo de Itapu), bem como à continuidade dos ramp-ups da P-68 (campos de Berbigão e Sururu), FPSO Carioca (campo de Sépia) e FPSO Guanabara, todos localizados no pré-sal da Bacia de Santos. Outro fator que contribuiu para este resultado foi a entrada em produção de novos poços da Bacia de Campos.

A produção própria do pré-sal, com média de 1,97 MMboed, representou 73% da produção total da Petrobras. Esse recorde foi viabilizado, principalmente, por ramp-ups e plataformas que entraram em operação no ano. Segundo o comunicado, a produção no pré-sal vem crescendo rapidamente e o recorde registrado representa um incremento de 83% em relação ao volume que produzíamos nesta camada há 5 anos.

A produção média de óleo, LGN e gás natural alcançou 2,65 MMboed, em linha com o terceiro trimestre de 2022, em função, principalmente, do ramp-up do FPSO Guanabara, dos 10 dias de produção da P-71, e de novos poços na Bacia de Campos, efeitos parcialmente compensados pelo maior volume de reduções de produção com manutenções e intervenções; pelo início do descomissionamento das plataformas P-18, P-19 e P-20, como parte do projeto de revitalização do campo de Marlim; por desinvestimentos e pela cessão de 5% da participação no contrato de partilha de produção dos volumes do excedente da cessão onerosa do Campo de Búzios para a CNOOC.

A produção total própria no pré-sal foi de 1,98 MMboed, representando 75% da produção total da Petrobras. A produção total operada pela Petrobras, por sua vez, atingiu 3,70 MMboed no trimestre, 1,5% acima do trimestre anterior, devido principalmente ao ramp-up do FPSO Guanabara e início de produção da P-71.

O fator de utilização total (FUT) do parque de refino foi de 88% em 2022, 5 p.p acima de 2021, com uma participação de 66% de diesel, gasolina e QAV na produção total, 1 p.p acima de 2021. Esse FUT representa uma elevada utilização do parque de refino, ainda que tenham sido realizadas paradas programadas relevantes em seis refinarias: REPLAN, REVAP, REDUC, REGAP, REPAR e RPBC. Foram realizadas manutenções em mais de 2 mil grandes equipamentos.

As vendas de Diesel S-10 têm crescido de forma consistente, representando 59% das vendas totais de óleo diesel em 2022 com aumento de 3 p.p. em relação a 2021. A participação do Diesel S-10 no total da produção de diesel vem acompanhando a evolução do mercado, chegando a 56% em 2022, um crescimento de 6 p.p. em relação ao ano anterior.

A companhia alcançou recordes de produção anual em 2022 de Diesel S-10 no parque de refino como um todo (386 mbpd) e nas refinarias REPLAN (97 mbpd), RPBC (52 mbpd), REGAP (42 mbpd), REFAP (41 mbpd) e REDUC (21 mbpd). Também foram recordes em 2022 a produção de gasolina nas refinarias RPBC (51 mbpd) e REGAP (40 mbpd) e o bunker na REPLAN (1.569 mil ton) e LUBNOR (152 mil ton).

As vendas de asfalto da Petrobras superaram em 22% o resultado de 2021. Em outubro, a REFAP registrou recorde de produção de asfalto de 34 mil toneladas, 19% acima do recorde mensal de 2017 e, em novembro, recorde de vendas do derivado de 30,6 mil toneladas, 36% acima do volume realizado em setembro de 2016, mês do recorde anterior. A REVAP realizou em novembro seu melhor resultado mensal de entrega de asfalto para clientes dos últimos 8 anos.

A produção média de óleo, LGN e gás natural alcançando 2.646 Mboed, praticamente em linha com o terceiro trimestre de 2022. Este resultado se deu, principalmente, em razão do ramp-up do FPSO Guanabara, e início de produção da P-71 e de poços novos da Bacia de Campos, parcialmente compensados pelo maior volume de perdas com manutenções e intervenções, descomissionamento de plataformas de Marlim, desinvestimentos, e pela cessão de 5% da participação no contrato de partilha de produção dos volumes do excedente da cessão onerosa do Campo de Búzios para a parceira CNOOC, em vigor desde o início de dezembro.

A produção de óleo no pré-sal foi de 1.639 Mbpd, 1,9% superior ao trimestre anterior principalmente devido ao rampup do FPSO Guanabara e início de produção da P-71, efeitos parcialmente compensados pela cessão de 5% dos volumes do excedente da cessão onerosa do campo de Búzios.

A produção do pós-sal foi de 401 Mbpd, 7,6% inferior ao trimestre anterior, principalmente em função do maior volume de perdas devido a manutenções e intervenções, das paradas para descomissionamento das plataformas P-18, P-19 e P-20, além do declínio natural de produção, efeitos parcialmente compensados pelo início de produção de novos poços na Bacia de Campos.

A produção em terra e águas rasas, por sua vez, foi de 71 Mbpd, em linha com o terceiro trimestre de 2022. A produção no exterior foi de 35 Mboed, sendo referente aos campos da Bolívia, Argentina e Estados Unidos, em linha com o terceiro trimestre de 2022.

As vendas de derivados ficaram em linha com as do terceiro trimestre de 2022, refletindo maiores vendas de gasolina e QAV e redução de vendas nos demais derivados. O aumento das vendas de gasolina ocorreu em função da sazonalidade do consumo e maior competitividade do derivado. As maiores vendas de QAV se deveram à recuperação frente ao impacto da COVID-19 no setor aéreo. Já a redução nas vendas dos demais derivados no quarto trimestre de 2022 deve-se principalmente à sazonalidade do consumo de diesel e venda de quantidades adicionais de nafta no terceiro trimestre de 2022.

As vendas de diesel reduziram 2% em relação ao terceiro trimestre de 2022, principalmente devido à sazonalidade de consumo, mais elevado no 3T22 por conta do plantio da safra de grãos de verão e da atividade industrial. Adicionalmente, o desinvestimento da REMAN, concluído em novembro de 2022, também impactou a evolução de vendas entre trimestres. Estes efeitos foram parcialmente atenuados pela redução das importações de terceiros.

As vendas de gasolina aumentaram 10,4% em relação ao terceiro trimestre de 2022. Destaque para o mês de dezembro, com maiores vendas em base diária desde fevereiro de 2017 e maior venda neste referido mês desde dezembro de 2016, mesmo após os desinvestimentos da RLAM e da REMAN.

O crescimento segue a sazonalidade típica do último trimestre, ocasionada pela maior movimentação de veículos leves por conta do período de fim de ano. Houve ainda ganho de participação da gasolina sobre o etanol na opção da frota flex devido ao aumento de sua competitividade. Este mesmo fator compensou o efeito dos desinvestimentos, fazendo com que as vendas totais do ano de 2022 ficassem praticamente estáveis em relação a 2021. A produção de gasolina aumentou 2,6% na comparação com o terceiro trimestre de 2022 acompanhando o desempenho de mercado.

As vendas de GLP diminuíram 2,3% em relação ao terceiro trimestre de 2022, principalmente devido aos fatores sazonais: temperaturas médias mais elevadas e menor consumo da indústria no 4T22. A redução de 7,6% das vendas de 2022 em relação ao ano anterior é decorrente, sobretudo, do desinvestimento da RLAM e da maior participação de terceiros no mercado. A produção ficou em linha com o terceiro trimestre de 2022, porém em 2022 houve uma redução de 5,0% em comparação a 2021, também em função do desinvestimento da RLAM. No acumulado do ano a REVAP bateu recorde histórico de entrega de GLP, superando em 1,5% o recorde de 2020.

A exportação líquida aumentou 310% em relação ao terceiro trimestre de 2022, chegando a 357 Mbpd no quarto trimestre de 2022, principalmente devido à maior exportação de petróleo e óleo combustível em função da realização de exportações em andamento. Além disso, houve menor importação de derivados, principalmente diesel, devido à sazonalidade do consumo. A exportação líquida de 2022 teve redução de 28% em relação a 2021, principalmente devido à menor exportação de petróleo em função da redução da produção, além da menor exportação de óleo combustível devido ao desinvestimento da RLAM em 2021.

DIVIDENDOS

A Petrobras informou ainda que seu Conselho de Administração aprovou a proposta de pagamento de dividendos no valor de R$ 2,74573369 por ação preferencial e ordinária referente ao quarto trimestre. Com isso, o valor total será de R$ 35,8 bilhões. A proposta será avaliada pela Assembleia Geral dos Acionistas, no próximo dia 27 de abril.

Segundo o comunicado da companhia, a aprovação do dividendo proposto está alinhada à Política de Remuneração aos Acionistas e é compatível com a sustentabilidade financeira da companhia no curto, médio e longo prazos.

A diretoria, por maioria, propôs o pagamento de dividendos em duas parcelas iguais nos meses de maio e junho, da seguinte forma: a primeira parcela, no valor de R$ 1,37286685 por ação preferencial e ordinária em circulação, será paga em 19 de maio de 2023, e a segunda parcela, no valor de R$ 1,37286684 por ação preferencial e ordinária, será paga em 16 de junho de 2023.