Prejuízo ajustado tem alta anual de 40% no quarto trimestre de 2022, para R$ 610,5 milhões

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São Paulo – A Azul divulgou hoje o balanço do quarto trimestre de 2022, com prejuízo líquido ajustado de R$ 610,5 milhões, valor 40% acima do alcançado no mesmo período de 2021, quando reportou prejuízo de R$ 436 milhões.

A receita operacional de R$ 4,5 bilhões, crescimento de 36,9% em comparação ao quarto trimestre de 2019, e alta de 19,4% em relação ao quarto trimestre de 2021. Em 2022, a receita operacional totalizou R$ 15,9 bilhões, 39,4% acima de 2019 e 59,9% acima comparado a 2021.

O Ebitda foi de R$ 1 bilhão no trimestre, representando uma margem de 24,6%, e um crescimento de 6,9% em comparação ao mesmo período de 2021. O Ebitda aumentou 6,9% comparando com o quarto trimestre de 2019, mesmo com 115,8% de aumento no preço do combustível, 27,7% de depreciação do real e mais de 20% de inflação no Brasil nos últimos três anos, o EBITDA foi apenas 10,7% menor. O lucro operacional foi de R$ 524,7 milhões no trimestre, representando uma margem de 11,8%.

A receita de passageiros atingiu um recorde histórico, aumentando 21,3% em uma capacidade 10,3% maior em comparação com o mesmo período do ano passado. Em comparação com ao quarto trimestre de 2019, a receita de passageiros subiu 33,0%, mesmo com o tráfego corporativo ainda não totalmente recuperado.

O PRASK também atingiu níveis recordes, aumentando 10,0% versus o quarto trimestre de 2021 e 23,6% versus o quarto trimestre de 2019, principalmente devido à gestão racional e às vantagens competitivas de seu modelo de negócios, o que permitiu continuar aumentando tarifas para compensar o preço recorde do combustível.

O Custo Operacional por Assento (CASK) foi de R$ 37,68 centavos, 11,1% acima do quarto trimestre de 2021, principalmente devido ao aumento de 42,5% nos combustíveis. O CASK excluindo combustível reduziu 3,9% em relação ao quarto trimestre de 2021, impulsionado pela transformação da frota, iniciativas de redução de custos, ganhos de produtividade e aumento de capacidade. Em comparação com quarto trimestre de 2019, o CASK excluindo combustível em dólares reduziu 4,2%.

O consumo de combustível por ASK reduziu 3,7% no mesmo período contra o mesmo período de 2021 e 8,2% em comparação com mesmo período de 2019, como resultado do maior número de aeronaves de última geração na nossa frota. A eficiência na folha de pagamentos mensurada como salários e benefícios por ASK manteve-se estável ano contra ano, mesmo com um aumento de 7,9% nos salários e benefícios em função de acordos de negociação coletiva com sindicatos, aplicáveis para todas as companhias aéreas no Brasil.

A liquidez imediata foi de R$2,5 bilhões. No trimestre, as entradas de caixa operacional superaram as saídas em mais de R$ 1,1 bilhão e continuamos nosso processo de desalavancagem com R$ 1,4 bilhão em pagamentos de arrendamentos recorrentes e diferidos e amortizações de dívidas, resultando em uma redução de R$ 408,3 milhões de liquidez imediata comparado com o mesmo período de 2019.

A receita de cargas e outras totalizou R$ 333,5 milhões, mais do que o dobro em relação ao quarto trimestre de 2019 e em linha com o quarto trimestre de 2021, impulsionada pela forte demanda doméstica. A receita de cargas domésticas cresceu 11,4% em relação ao ano anterior. Isto foi parcialmente compensado pela redução na capacidade internacional à medida que redirecionamos as aeronaves widebody para destinos internacionais para aproveitar a recuperação das viagens internacionais mais acelerada do que o esperado.

A dívida bruta reduziu 5,3% ou R$ 1,2 bilhão em comparação com 31 de dezembro de 2021, principalmente devido ao nosso processo contínuo de desalavancagem com R$ 5,1 bilhões em pagamentos de empréstimos e arrendamentos durante o ano e à valorização de 6,5% do real, parcialmente compensado pelo aumento de R$1,8 bilhão em obrigações de arrendamento relacionadas a novas aeronaves entrando em nossa frota. Excluindo o impacto da entrada das novas aeronaves na frota, a dívida bruta seria reduzida em R$ 3,0 bilhões em 2022.

As despesas operacionais foram de R$3,9 bilhões contra R$ 3,2 bilhões no quarto trimestre de 2021, um aumento de 22,6% principalmente devido ao crescimento de 42,5% no combustível e o aumento de capacidade de 10,3%, parcialmente compensado por menor queima de combustível, maior produtividade e iniciativas de redução de custos.

Em comparação com o quarto trimestre de 2012, as despesas operacionais aumentaram 59,1%, impulsionadas principalmente por um aumento de 115,8% nos preços dos combustíveis, 27,7% de depreciação do real e mais de 20% de inflação no Brasil, parcialmente compensada por maior produtividade e iniciativas de redução de custos. Em comparação ao quarto trimestre de 2021, a queima de combustível por ASK reduziu em 8,2%.

Para 2023, a companhia disse que esperar gerar uma receita recorde de R$ 20 bilhões e um Ebitda também recorde de mais de R$ 5 bilhões, aproximadamente 40% acima em comparação com 2019. Com o suporte dessas fortes tendências operacionais, a Azul informou que está implementando um plano de longo prazo abrangente para enfrentar os efeitos colaterais do Covid-19 em sua estrutura de capital.

Aérea confirma acordo comercial com arrendadores

A Azul informou na noite de sexta-feira (3) que firmou com sucesso acordos comerciais com arrendadores representando mais de 90% do seu passivo de arrendamento, sujeito a certas condições e aprovações corporativas aplicáveis.

Os acordos representam uma parte significativa de um plano abrangente que visa fortalecer a geração de caixa da Azul, e melhorar a estrutura de capital, além de entregar aos arrendadores 100% dos valores previamente acordados, através de uma combinação de dívida de longo prazo e ações precificadas sobre um balanço patrimonial reestruturado.

“Com base nesses acordos, os arrendadores reduzirão os pagamentos de arrendamento da Azul para eliminar diferimentos relacionados à Covid bem como a diferença entre as taxas de arrendamento contratuais da Azul e as taxas de mercado atuais. Em troca, os arrendadores receberão um título de dívida negociável com vencimento em 2030 e ações precificadas de forma a refletir a nova geração de caixa da Azul, sua melhor estrutura de capital e a redução em seu risco de crédito”, explicou o comunicado da companhia aérea.

Segundo Alex Malfitani, CFO da Azul, os arrendadores representam 80% da dívida bruta nominal da companhia. “Os arrendadores reconheceram que apoiar a Azul é uma decisão empresarial inteligente que maximiza sua receita, mas ainda assim nos sentimos honrados e gratos pelo seu valioso apoio. Nenhuma aeronave saiu da nossa frota durante essas negociações e, na verdade, nossos parceiros nos entregaram 12 novas aeronaves adicionais nos últimos cinco meses”, disse Malfitani, que destacou ainda que as negociações continuam com os arrendadores e demais parceiros, como os OEMs.