São Paulo – O BTG Pactual vê como positiva a preocupação da Ultrapar com a agenda ESG. Além de reconhecer os riscos e oportunidades, a administração enfatizou a necessidade de capturar o crescimento em segmentos de menor pegada de carbono que fornecem altos retornos. Nós aplaudimos o compromisso da UGP com ESG, e embora haja atualmente poucos dados para estimar o potencial de desbloqueio de valor dentro do grupo, gostamos de ver o compromisso da administração de crescer sem comprometer os retornos. As informações foram anunciadas pela diretoria da Ultrapar em evento organizado pela companhia, a fim de discutir seus planos e metas ESG, destacando a importância de integrar a transição energética em seu plano estratégico.
Embora a UGPA3 esteja bem posicionada para um futuro mais limpo, o BTG segue cauteloso na avaliação. “Reconhecemos que a empresa tem vindo a enfrentar os principais desafios de uma recuperação bem-sucedida e que a Ultragaz vem surpreendendo positivamente. Somos incentivados pelo foco renovado da empresa no crescimento em segmentos de pegada de carbono mais baixa e as capacidades técnicas de vários membros do novo Conselho de Diretores nos segmentos renovável e financeiro, dizem os analistas do BTG.
Mas como a empresa continua a progredir rumo a um futuro mais limpo, nossa visão cautelosa sobre as ações da UGP permanece. A avaliação parece pouco atraente, pensamos, devido à pouca visibilidade dos níveis de rentabilidade e múltiplos altos em relação aos pares mais óbvios. A recomendação é neutra e o preço-alvo é R$ 17.
Por volta das 17h10, UGPA3 registrava recuo de 1,56% a R$13,17
Aproveitando a experiência e os recursos de rede para se aproximar de suas metas, a Ultragaz parece estar liderando esse processo, anunciando recentemente duas fusões e aquisições focadas em geradores de eletricidade renovável (Stella) e transporte de gás natural comprimido, principalmente biogás (NEOgás), analisa o BTG. A empresa planeja, ainda, expandir sua oferta de produtos e de clientes na rede de distribuição de GLP.
Na Ultracargo e Ipiranga, atualmente não há fusões e aquisições concretas, mas ambas as empresas estão ativamente envolvidas na movimentação e distribuição de biocombustíveis. “O foco da UGP na expansão de operações em regiões com deficiência de biocombustíveis deve estimular o consumo e aumentar exposição a atividades com menor pegada de carbono.”
A empresa anunciou 7 temas-chave nos quais alocará recursos para se tornar mais preparados para o futuro, incluindo governança, transição energética, ecoeficiência, responsabilidade com a comunidade, cadeia de valor e cultura e diversidade. A empresa estabeleceu, ainda, metas ambiciosas, como alcançar a neutralidade de carbono até 2025 e aumentar a equidade de gênero em cargos de liderança e no Conselho de Diretores, analisa o banco.