Bolsa fecha praticamente estável às vésperas de decisão de juros aqui e nos EUA e em meio à frustração do marco fiscal

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São Paulo- A Bolsa fechou em leve alta, praticamente estável, às vésperas de decisão de juros aqui e nos Estados Unidos e em meio à frustração do mercado do adiamento do anúncio do arcabouço fiscal, depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que apresentaria a nova regra no regresso de sua viagem à China, prevista para 31 de março. Mais uma sessão de baixa liquidez.

As ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) se recuperaram na sessão de hoje e subiram 2,21% e 2,04% acompanhando a alta do barril do petróleo no mercado internacional. Vale (VALE4) caiu 0,83%.

Os papéis da Eletrobras (ELET3 e ELET6) tiveram queda de 3,47% e 3,37% refletindo as falas do presidente Lula sobre a privatização da empresa e citou o interesse em voltar a ser “dono” da companhia.

O principal índice da B3 subiu 0,07%, aos 100.998,13 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em abril aumentou 0,29%, aos 101.9455 pontos. O giro financeiro foi de R$ 17,7 bilhões. Em Nova York as bolsas fecharam no positivo.

Um analista de investimento de um grande banco disse que o fato de o presidente Lula ter deixado o arcabouço para depois de sua viagem à China, deixa “o mercado trabalhando no voo cego”.

Leandro Petrokas, diretor de Reasearch e sócio da Quantzed, disse que a Bolsa sobe pouco, praticamente estável “em compasso de espera para a Super Quarta amanhã com definição da taxa de juros; o mercado trabalha com muita incerteza em relação ao arcabouço fiscal e com a espera do que será [a proposta], deixa a Bolsa mais fraca”.

Felipe Cima, operador de renda variável da Manchester Investimentos, disse que o fluxo de notícias fica esvaziado e o mercado fica com as atenções voltadas para as decisões de amanhã do Copom e do Fed.

“O mercado aguarda as duas reuniões para ver se vaga alguma informação, enquanto isso o momento é de espera. A entrevista do Lula acabou esvaziando as falas do Haddad e tirou o foco do arcabouço fiscal. A equipe econômica tinha a expectativa que o Copom poderia citar sutilmente os esforços fiscais, mas como a autoridade monetária vai fazer isso se o projeto não será mais anunciado”.

O dólar comercial fechou em alta de 0,09%, cotado a R$ 5,2470. A moeda refletiu a expectativa do mercado com a reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), amanhã, e, em segundo plano, as indefinições sobre o novo arcabouço fiscal.

Segundo o economista da Guide Research Rafael Pacheco, “houve melhora externa com a notícia de que os depósitos serão garantidos pelas agências reguladoras”, referindo-se ao problema bancário estadunidense.

Pacheco acredita que a demora no anúncio das regras do novo pacote fiscal, que só irão acontecer após Lula retornar da China, reforçam as incertezas no mercado, que almeja por algum tipo de previsibilidade.

Para o economista da BlueLine Flávio Serrano, “hoje é um dia de poucas movimentações, em compasso de espera para a decisão do Fed, amanhã”.

Serrano entende que os sinais são difusos, tanto no âmbito interno quanto no doméstico, e que ainda é cedo para o Banco Central (BC) iniciar a flexibilização monetária.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecharam mistas em semana de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

O DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 13,020% de 12,985% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 12,120%, 12,085%, o DI para janeiro de 2026 ia a 12,200%, de 12,200%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 12,430% de 12,445% na mesma comparação.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em alta, seguindo o mercado europeu, com o aumento do otimismo no setor bancário após comentários importantes de algumas lideranças para evitar uma possível crise.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +0,98%, 32.560,60 pontos
Nasdaq 100: +1,58%, 11.860,1 pontos
S&P 500: +1,29%, 4.002,87 pontos

 

Com Paulo Holland, Pedro do Val de Carvalho Gil e Darlan de Azevedo / Agência CMA