São Paulo – O lucro líquido aos acionistas da Vale diminuiu 58,8% no primeiro trimestre, para US$ 1,84 bilhão, enquanto a receita líquida encolheu 22,0%, para US$ 8,43 bilhões. O ebitda ajustado proforma, que exclui despesas relacionadas ao desastre de Brumadinho e às doações relacionadas à covid-19,caiu 42,2%, para US$ 3,69 bilhões. A companhia atribuiu o resultado aos menores preços realizados de finos de minério de ferro e pelotas, as menores vendas de finos de minério de ferro e maiores custos.
O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em termos ajustados – que incluem dividendos recebidos e juros de empréstimos de coligadas e joint ventures, mas excluem depreciação, exaustão e amortização e redução ao valor recuperável e baixa de ativos não circulantes -diminuiu 42,5%, para US$ 3,576 bilhões.
A venda de finos de minério de ferro foi de 45,8 milhões de toneladas, ante 81,2 milhões de toneladas no 4T22 e 51,3 milhões no 1T22.
No trimestre, o preço médio realizado na venda de finos de minério de ferro (preço de referência 62% Fe)subiu para US$ 125,5 por tonelada, de US$ 99/t no 4T22, mas abaixo dos US$ 141,6 no 1T22. O preço realizado de finos de minério de ferro CFR/FOB foi de US$ 108,6/t, de US$ 95,6/t e US$ 141,4/t, nas mesmas bases. O preço médio de venda de minério de ferro em pelotas CFR/FOB foi de US$ 162,5 por tonelada no 1T23, de US$ 165,6 em dezembro de 2022 e US$ 194,6 no 1T22. O preço médio de venda da tonelada do níquel ficou em US$ 25.260,00/t no trimestre.
O fluxo de Caixa Livre das Operações de US$ 2,3 bilhões, representando uma conversão de EBITDA em caixa de 62% versus 19% no 1T22, explicada, principalmente, pela forte arrecadação de caixa referente às vendas do 4T22 e impostos pagos sazonalmente maiores no 1T22.
Os custos e despesas gerais da Vale (ex-Brumadinho e descaracterização de barragens) atingiram US$ 5,4 bilhões, de US$ 5,1 bilhões no 1T22, enquanto as despesas relacionadas ao rompimento da barragem de Brumadinho caíram para US$ 111 milhões, de US$ 375 milhões no quarto trimestre.
O impacto de Brumadinho e das descaracterizações de barragens chegou a US$ 6,8 bilhões no final de março, ante US$ 6,7 bilhões no final de 2022.
Os investimentos da mineradora totalizaram US$ 1,13 bilhão, ante US$ 1,8 bilhão no final de 2022 e US$ 1,1 bilhão um ano antes. O aporte inclui investimentos de crescimento e manutenção.
A dívida líquida expandida de US$ 14,4 bilhões em 31 de março de 2023 ficou em linha com a registrada no 4T22 (US$ 7,9 bi) e dentro da meta de alavancagem de US$ 10-20 bilhões. No 1T22, a dívida líquida da Vale foi de US$ 4,9 bilhões.
O CEO da Vale, Eduardo Bartolomeo, comentou, no relatório: “Nossos resultados no primeiro trimestre, demostraram uma produção mais forte de minério de ferro, apoiada pelo melhor desempenho de S11D, graças a maior confiabiliade do nosso sistema truckless e aos novos britadores. Apesar das restrições climáticas para o embarque que impactaram nossas vendas, permanecemos confiante em nossa habilidade para alcançar nossas metas para 2023”.
“Nosso resultado de Metais para Transição Energética foi sólido, com a continuação do ramp up em Salobo III, resultando em um forte desempenho em cobre. Em Sudbury, nossas minas apresentaram as suas maiores taxas de produção desde 2017. Enquanto a indústria de mineração enfrenta constantes pressões inflacionárias, continuamos focados em eficiência de custos e ganhos de produtividade. Também estamos progredindo na gestão de nossas barragens de rejeitos. Em abril, duas estruturas geotécnicas receberam suas declarações de condição de estabilidade, o que levou à retirada de seus níveis de emergência. Desde 2022, conseguimos retirar com sucesso os protocolos de nível de emergência para 10 estruturas. Continuamos fortemente comprometidos com a construção de uma companhia mais segura e confiável, ao mesmo tempo em que entregamos valor a nossos acionistas.”